O Recife dos pedestres Por Jayme Asfora, especial para o Blog de Jamildo Garantir a mobilidade e acessibilidade para todos.
Permitir a ocupação dos espaços públicos pelos cidadãos.
Reduzir a possibilidade de acidentes.
Contribuir para o combate à violência.
Essas questões estão relacionadas a um tema fundamental para a cidade: calçadas em boas condições de uso para todos.
Para qualquer que seja nosso meio de transporte, é a partir da calçada que nos deslocamos pela cidade.
A estimativa é que o Recife tenha cerca de 5 (cinco) mil quilômetros de calçadas e passeios públicos, segundo dados da própria Prefeitura.
Mas quem anda pela cidade pode constatar que as nossas calçadas, infelizmente, estão em péssimas condições.
A estrutura já é ineficiente para a população em geral, nem se fala quando no tocante às pessoas com mobilidade reduzida.
A maioria delas está bem longe da padronização construtiva e em dimensões inferiores ao estipulado pela ABNT - que determina 1,20m de comprimento por 2,10m de altura.
As vias públicas, as quais abrangem as pistas para os carros e as calçadas para os pedestres, são destinadas, majoritariamente, para o transporte individual de passageiros, ainda que a grande maioria da população desloque-se por meio de transportes públicos ou transportes não-motorizados.
Precisamos inverter essa lógica.
Um exemplo é Nova Iorque, que transformou uma das suas principais atrações turísticas, a Times Square, em um grande passeio público, estimulando ainda mais a prioridade dos pedestres em relação aos carros.
Quanto à nossa cidade, apesar da Prefeitura do Recife ter anunciado o investimento de R$ 105 milhões para requalificação de 130 quilômetros de calçadas, o que denota um avanço, a situação ainda se encontra precária.
Uma das grandes oportunidades de mudar esse quadro poder ser o Plano de Mobilidade Urbana que está em elaboração pela PCR em parceria com o Instituto da Cidade Pelópidas Silveira – ICPS, órgão da gestão municipal, vinculado à Secretaria de Planejamento Urbano.
Todos os municípios brasileiros, com mais de 20 (vinte) mil habitantes, devem apresentar seus planos de mobilidade até abril de 2019.
Assim, nós, recifenses, temos a oportunidade de transformar a cidade.
As oportunidades de discussão do tema são importantes.
As sugestões e encaminhamentos serão bastante enriquecedores.
E é nesse intuito que vamos realizar uma audiência pública, nesta sexta-feira, dia 1º de setembro, reunindo especialistas, entidades e representantes do próprio município, para trazer ainda mais luz a um processo tão importante e crucial para o Recife que todos queremos.
Jayme Asfora é vereador do Recife