Em entrevista ao SBT nesta segunda-feira (28), o presidente Michel Temer (PMDB) afirmou que é normal haver contestações às privatizações.

Na semana passada, o governo anunciou a desestatização da Eletrobras, da Casa da Moeda e de aeroportos.

Temer argumentou lembrando quando foi feita a privatização na área de telefonia. “Você se lembra do tempo em que para você obter um telefone, você se inscrevia na empresa telefônica com dois anos de antecedência e ficava esperando?”, perguntou ao jornalista Kennedy Alencar. “Você se lembra das críticas que se verificaram quando se flexibilizou essa questão?

E você hoje acompanha: você precisa fugir da oferta de telefones!”.

Para o presidente, as críticas à privatização se mostraram inadequadas.

O peemedebista alegou ainda primeiro só existia a administração direta e depois passaram a ser criadas autarquias para dar maior agilidade ao serviço público. “Criaram-se as empresas públicas e as sociedades de economia mista.

E, depois, verificou-se mais, que era preciso conceder certos serviços, conceder e até privatizar.

E é o que vem sendo feito nos últimos momentos”, afirmou.

Privatização e eleições Com a previsão de que leilões aconteçam em meio aos debates eleitorais de 2018, Temer minimizou as críticas às privatizações. “Eu acho que essas contestações são naturais.

E é natural que, no Parlamento, para onde nós mandamos isso, é evidente.

Eu disse no início, nós governamos junto com o Parlamento. É claro que, se o Parlamento recusar, recusado está.

Mas, na verdade, essas contestações são muito comuns.

Eu me lembro de que, na PEC do teto dos gastos, também houve contestações.

Na reforma trabalhista, contestações.

E foram aprovadas”, disse.

Questionado se será possível fazer um leilões de aeroportos junto às eleições, Temer respondeu: “Eu acho que dá, e espero que seja feito, porque as pessoas perceberão que não é para prejudicar eleições, não é para prejudicar governo.

Ao contrário, é para a geração de empregos, que é um dos objetivos do nosso governo.

Eu penso que seja assim.” Eletrobras e o preço da energia Temer ainda ratificou a previsão do ministro Fernando Filho (Minas e Energia), de que a venda da Eletrobras deve baratear as contas de energia. “Isso tem que ser analisado ao longo do tempo.

Você veja que nós acabamos de anunciar essa fórmula.

E o presidente da Eletrobras, assim como o Ministro de Minas e Energia, disseram e relataram a mim que a Eletrobras, portanto o poder público, terá uma presença muito significativa nesse setor.

A primeira ideia é que isto pode baratear a conta de energia elétrica.

Esta é a primeira ideia.

Agora, eu não tenho os dados concretos, e ninguém tem dados concretos para isso.

A ideia é baratear”, defendeu.

Amazônia Diante de protestos contra o decreto que extinguiu uma área de conservação na Amazônia onde ficam terras indígenas, autorizando a exploração pelo setor de mineração. “É um equívoco, porque quem ler o ato normativo verificará que estas áreas indígenas e de preservação ambiental, tudo está garantido.

O que estava havendo, o que me chegou aos ouvidos foi que, embora definida como área de cobre, na verdade quase não tem cobre lá, tem pouca coisa.

Tem muito ouro e outros metais.

O que está havendo, digamos, é uma exploração clandestina.

Então, era preciso, na verdade, regularizar essa situação para que o Estado, poder público, tenha controle disso.

E nada há que viole o meio ambiente, nem a questão indígena, nem outros fatores de natureza ambiental”, argumentou.