Na viagem pelo Nordeste, o ex-presidente Lula (PT) tem tido encontros questionados pela esquerda.
Em Alagoas, foi afagado pelo senador Renan Calheiros (PMDB).
Em Pernambuco, se encontrou com Renata Campos, viúva do ex-governador Eduardo Campos e uma das principais vozes do PSB.
Indagado sobre a relação com os políticos de posições divergentes à do PT no programa Fora da Curva, do Marco Zero Conteúdo, Lula minimizou os encontros e enfatizou a importância de ter alianças no País.
O ex-presidente ainda respondeu que é grato a José Sarney, no momento em que a relação com a família pode criar um atrito com o PCdoB do Maranhão por causa do governador Flávio Dino. “Eu sou grato a Sarney como presidente do Senado.
As pessoas queriam que eu rompesse com Sarney, mas eu ficaria com Marconi Perillo (PSDB-GO)”, lembrou. “Você vai deixar de ter um tubarãozinho manso para ter um tubarão novo mordendo até o pé?”, brincou.
Sobre a relação com a família Campos, Lula afirmou que vem desde Miguel Arraes, avô de Eduardo. “Eu nunca rompi politicamente com alguém para romper pessoalmente”, disse.
O petista jantou nessa quinta-feira (24) na casa de Renata Campos, em evento tido pelo PT como uma retribuição à visita dela quando ele ficou viúvo, em fevereiro, e no meio político como sinal de reaproximação com o PSB.
Eduardo rompeu com o PT em 2013, para disputar a presidência contra Dilma Rousseff no ano seguinte.
Lula defendeu que, pelo sistema político brasileiro, para governar é necessário fazer alianças, mesmo que pontuais. “Renan pode ter todos os defeitos, mas ele me ajudou a governar o País”, afirmou. “Se eu quero para mim que todos são inocentes até que se prove o contrário, serve para ele também”, concluiu.
O ex-presidente do Senado também é investigado na Operação Lava Jato.
Foto: reprodução do Facebook de Renan Calheiros “Acontece que, se você não faz aliança, vai todo mundo para o outro lado.
Em um caso como eu, que sou mais conhecido que nota velha de R$ 1, se eu ganhar e tiver dez senadores e 70 deputados, fico refém do Congresso”, explicou. “Tem que fazer pelo menos acordos pontuais, alguém no governo tinha que conversar com deputados”, justificou ainda. “Quando criei o PT, imaginei que trabalhador vota em trabalhador, mas não é assim, não é uma transferência automática.”