No primeiro evento com Dilma Rousseff na viagem de Lula pelo Nordeste, a petista criticou a privatização da Eletrobras, anunciada pelo governo Michel Temer (PMDB) esta semana.
Para a ex-presidente, o caminho seria o mesmo pretendido para a Petrobras. “O caminho não é ficar esperando que os Estados Unidos e os países europeus vão ajudar a gente, porque a gente não vão.
Eles querem destruir a Petrobras, porque significa soberania nacional”, disse também Lula.
O discurso foi nesta sexta-feira (25), em Ipojuca, na Região Metropolitana do Recife, a terra da refinaria Abreu e Lima, ainda inconclusa e alvo da Operação Lava Jato. “Eles estão destruindo aquilo que nos fizemos de investimento no Nordeste”, acusou Lula. “Esse governo não deveria ser chamado de governo.
Está mercantilizando e está vendendo o nosso País.” LEIA TAMBÉM » Em dia de visita de Lula, Vem Pra Rua monta Pixuleco no Recife » Com PT e PSB se reconciliando, Lula janta com Renata Campos » Em primeiro dia no Recife, Lula concentra agenda política e com menos militância “É importantíssimo que nós sejamos capazes de alterar isso, de interromper esse processo que cada dia vai ficando mais forte, tão forte que uma grande empresa como a Chesf está ameaçada de ser vendida para o capital estrangeiro”, afirmou Dilma. “Na verdade, vão querer privatizar a joia da coroa, que é Furnas, Chesf, Eletronorte. É o mesmo processo que está acontecendo na Petrobras.
Não tem o menor compromisso com o povo brasileiro, tem compromisso com o lucro dos ricos.” Após avaliar erros da gestão de Dilma em discursos em outras cidades por onde a caravana passou, o ex-presidente voltou a atacar o impeachment da afilhada política. “Algumas pessoas que bateram panela para derrubar Dilma certamente agora estão batendo na cabeça porque contribuíram para destruir o País, disse. “Prometeram que iriam tirar Dilma porque tinha uma desgraça.
Agora, além da desgraça, o País tem uma desgraça e meia, vivendo de desesperança.” No discurso, Lula negou estar em campanha para 2018, quando pretende voltar a se candidatar à presidência.
Críticas vindas do Rio Grande No mesmo dia do discurso em Suape, no outro lado do Brasil, depois de 42 dias, chegou ao Tribunal Regional Federal da 4ª Região, em Porto Alegre, a sentença contra o ex-presidente, condenado a 9 anos e 6 meses de prisão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do tríplex do Guarujá (SP).
O destino de Lula está agora nas mãos de três desembargadores, João Pedro Gebran Neto, Leandro Paulsen e Victor Luis dos Santos Laus, membros da 8.ª Turma.
São eles que vão julgar os recursos contra a sentença do juiz Sérgio Moro, responsável pela Operação Lava-Jato.
O deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS), vice-líder do Governo Temer na Câmara, disse acreditar que a condenação de Lula em segunda instância deva acontecer até agosto de 2018. “Com isso, o ex-presidente deve ser preso e passar a integrar o clube dos políticos ficha-suja.
Se o Lula for condenado em segunda instância, o que acredito que vá acontecer, poderá ser preso e ficar inelegível, sem condições para concorrer à Presidência da República em outubro. É isso que a população brasileira deseja.
Que seja feita justiça e que o chefe da maior quadrilha do País pague por seus crimes”, afirmou. “Lula é o capo di tutti capi do tentacular esquema que tomou de assalto os cofres das empresas estatais e da administração pública da União 1’na última década e meia, trocando bilionários empréstimos com dinheiro do contribuinte e uma infinidade de vantagens oficiais por apoio financeiro da oligarquia empresarial às campanhas lulopetistas, base de um projeto de eternização do PT no poder e de enriquecimento ilícito de Lula, seus familiares e demais companheiros”. “O governo de sua pupila Dilma Rousseff representou a continuação desse condomínio de interesses escusos e políticas desastrosas até desaguar na pior depressão econômica e no maior extermínio de empregos de toda a história do País”. “Espero e tenho confiança na Justiça, de que todos sejam presos e paguem.
A consciência nacional e o mais elementar senso de justiça da população começaram a ser resgatados com o vitorioso movimento pró-impeachment e agora precisam alcançar na sua sequência natural de combate à impunidade mandando Lula para a cadeia”, disse Perondi.