O senador Armando Monteiro (PTB-PE) atribuiu ao “absoluto descontrole” e ao “desgoverno da segurança pública” o aumento dos homicídios em Pernambuco, com 447 casos em julho, o maior número para o mês em dez anos.
Em discurso no plenário do Senado, o petebista acusou de omisso o governador Paulo Câmara, ressaltando haver “ausência de liderança” no estado.
Repetindo Raton nesta mesma semana, Armando Monteiro ‘previu’ que, a continuar no ritmo atual, Pernambuco pode, “de forma inédita”, atingir a marca de 5,4 mil assassinatos em 2017, o que representaria 10% dos homicídios de todo o País, quando a população pernambucana corresponde a apenas 4,5% dos brasileiros. “A permanecer nesse diapasão, Pernambuco alcançará uma marca superior a 60 mortes por cada grupo de 100 mil habitantes, elevadíssima, mais do que o dobro da média nacional, em torno de 26 homicídios”, assinalou Armando.
O senador lembrou que a ONU considera violência acima do normal a marca de 10 assassinatos por 100 mil habitantes.
O pernambucano foi aparteado pelos senadores Lindbergh Farias (PT-RJ) e Jorge Viana (PT-AC).
Eles disseram concordar ser grave o quadro da violência em Pernambuco. “No primeiro semestre, o estado foi responsável por 54% do aumento das mortes violentas ocorridas em todo o País comparativamente a igual período de 2016. É um dado alarmante.
Em paralelo, foram registrados, de janeiro a julho, mais de 73 mil casos de roubo, o que significa, em média, 346 roubos por dia”.
Armando Monteiro disse não querer, com seu discurso em plenário, “partidarizar” a questão da segurança pública em Pernambuco. “Tanto é assim que quero fazer uma homenagem ao ex-governador Eduardo Campos, que à época em que era governador assumiu o problema, idealizou o Pacto pela Vida e obteve resultados expressivos”, disse.
Depois de moto é fácil.
Nesta manhã, na Rádio Jornal, até Edilson Silva elogiou a memória de Campos, ao falar do combate a violência.
Na verdade, nestas condições, os elogios tem o objetivo de depreciar o adversário, em comparação ao ilustre antecessor.
O senador disse ainda que, mesmo na oposição ao governo estadual, coloca-se à inteira disposição para ajudar a encontrar soluções para minorar a situação da segurança pública em Pernambuco. “Temos de encaminhar e discutir o problema de maneira absolutamente suprapartidária”, afirmou.