Hoje, pela manhã, foi feito um ato e debates em frente à Chesf, com entidades que lutam contra a privatização O advogado Antônio Campos, chamado para assessorar as entidades contra o processo de privatização, lançou suspeitas sobre o processo de privatização da Eletrobrás ao anunciar que protocolou pedido de informações a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) para saber quem comprou ou vendeu ações da Eletrobrás nos últimos 30 dias.
Na terça-feira, um dia depois do anúncio, feito pelo ministro Fernando Filho (PSB), as ações da Eletrobras explodiram e o valor da empresa na bolsa subiu quase R$ 10 bilhões.
De acordo com o Jornal do Brasil, o anúncio da privatização da Eletrobras fez as ações da estatal dispararem esta semana.
No Ibovespa, atingiram seu maior patamar desde janeiro de 2011.
As ações ordinárias subiram mais de 47,32%, a R$ 20,95; enquanto as preferenciais dispararam 32,19%, a R$ 23,63. “A pergunta que se faz é se alguém ganhou dinheiro com a sorte de ter comprado ações da Eletrobras pouco antes do anúncio da desestatização, feito no início da noite dessa segunda-feira (21).
Os três grandes compradores de ELET ON (ações ordinárias) foram: Liquidez, Bradesco e Safra.
Os três de ELET PNB (ações preferenciais) foram: Morgan Stanley, BTG Pactual e Citi.
E a compra de ações da Eletrobras cresceu significativamente na quinta-feira (14) e na sexta-feira (15) da semana passada, se comparada aos três primeiros dias daquela semana”, informa a publicação eletrônica.
Antônio Campos também falou no ato que já protocolou pedido para abertura de inquérito civil no Ministério Público Federal Regional, que tem atribuições perante a Chesf e o rio São Francisco, para acompanhar o caso.
As entidades irão pedir uma auditoria especial perante o Tribunal de Contas da União, no sentido de auditar a dívida da Eletrobrás e avaliar o patrimônio. “Na próxima semana, estará sendo ajuizada uma ação civil pública sobre a revitalização do rio São Francisco, muitas vezes prometida, mas pouco saiu do papel.
A ideia é obrigar judicialmente o que foi prometido.
Essa ação também destacará o risco da privatização para o rio São Francisco”.
O advogado disse que vem preparando essa ação desde o Carnaval, quando esteve pessoalmente visitando a região e fazendo pesquisas in loco.
No ato, Antônio Campos saiu em defesa de Arraes negando que ele tenha dado início ao processo de privatização da Celpe. “Diante do cerco financeiro ao governo Arraes do Governo FHC, foi feito um procedimento de empréstimo com o BNDES com garantia de ações da Celpe, cujo protocolo, Arraes, através de carta rompeu antes de deixar o governo”. “Afora o questionamento a privatização do setor elétrico, a Chesf e suas hidrelétricas deveriam ficar fora da privatização, ante as peculiaridades de suas hidrelétricas no rio São Francisco, e a importância e o multiuso do rio, que serão impactados se houver a privatização”, disse Antônio Campos.
Zé Maurício rebate projetos de privatizações Tendo em vista o ‘pacote’ de 57 projetos de venda de empresas e parcerias público-privadas, anunciados, nesta quarta (23), pelo Governo Federal, o deputado Zé Maurício (PP) fez um pronunciamento, nesta quinta (24) na Alepe, em que expôs sua insatisfação diante da ação federal de colocar à disposição da iniciativa privada a administração de 14 aeroportos – o que inclui o Aeroporto Internacional do Recife, 11 lotes de linhas de transmissão, 15 terminais portuários, além de parte da Eletrobrás, a Casa da Moeda, a Lotex e a Companhia Docas do Espírito Santo. “Nem bem cessaram os debates sobre o projeto aprovado para privatizar a Eletrobrás e ainda mais recentemente a possibilidade de isso acontecer também à CHESF, essa nova leva de ações para diminuir a participação do Governo em equipamentos e empresas públicas foi anunciada, sem informações claras e consulta a todos os setores envolvidos, especialmente ao povo pernambucano”, disse o parlamentar na tribuna.
Zé Maurício comentou a existência de um cronograma de privatizações do Governo Federal, que prevê até o Terminal do Recife. “Não sou totalmente contra privatizações, mas acredito que ela tem que ser feita ouvindo todos os setores, fazendo estudos de viabilidade econômica e, principalmente, conversando com os entes federados envolvidos: sejam os estados e/ou os municípios.
Pois somos nós os primeiros a serem impactados pelas más decisões do governo federal.
Mas se for necessário, faremos, trincheiras contra eventuais decisões que venham a impactar negativamente o nosso Estado.
Estaremos atentos à situação da Hemobrás, do Porto de Suape, do Aeroporto do Recife, da Chesf e de todas as outras empresas que estiverem em solo pernambucano.
Essa luta não tem legenda partidária.
Em tempos de crise e descrença no funcionamento pleno das instituições, o papel de fiscal da democracia, que a Alepe e população exercem, assume proporções ainda maiores”, disse o parlamentar.