O ministro da Integração Nacional, Hélder Barbalho, falou em audiência na Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo do Senado, nesta quarta-feira (23), sobre o estudo para revitalizar o rio São Francisco com as águas da bacia do Tocantins.
A proposta é defendida pelo deputado federal pernambucano Gonzaga Patriota (PSB) em projetos que tramitam na Câmara desde 1995, mas esbarra nos custos de operação.
A pasta ainda está analisando as obras, mas avalia que o custo de operação anual seria de R$ 500 milhões.
Desse valor, segundo o ministro, R$ 300 milhões seriam só para pagar a energia.
Isso porque, da mesma forma que a transposição do São Francisco, o empreendimento seria através de canais de estações de bombeamento, impulsionando a água do Tocantins à Bahia.
A questão do pagamento da energia para bombear a água também é um entrave na transposição.
LEIA TAMBÉM » Governo estuda obra para revitalizar São Francisco usando Rio Tocantins “Pegar uma água do Rio Tocantins e elevá-la a mais de 300 metros para o São Francisco gera uma conta de energia que será um agravante.
Também é preciso ver a questão ambiental.
A ictiofauna é diferente, há variações das espécies existentes.
Estamos enfrentando esse assunto”, afirmou Barbalho. » População espera transposição, mas cobrança por consumo aflige » Técnicos da Chesf agora querem operar transposição do São Francisco e perímetros irrigados » Um ano depois, obras são retomadas no eixo norte da transposição De acordo com o ministro, o assunto está sendo tratado de forma discreta pelo governo. “Temos buscado serenidade neste debate, pois, no Brasil, a pluralidade de opiniões para as soluções hídricas é algo absolutamente sensacional, principalmente no Nordeste, por conta da pressão que essa pauta traz”, explicou.
O Blog de Jamildo entrou em contato com a pasta no dia 7 de agosto e a única resposta obtida foi de que os estudos ainda eram incipientes.
No Senado, Barbalho respondeu a um questionamento de Antonio Carlos Valadares (PSB-SE).
Projeto de 1995 Apesar de a expectativa ser de a obra ser semelhante à da transposição, as dimensões projeto seriam menores, segundo o deputado que apresentou a proposta duas vezes desde 1995, Gonzaga Patriota,.
A transposição custou até agora cerca de R$ 10 bilhões e chegou apenas à Paraíba, com previsão de atingir o Ceará e o Rio Grande do Norte só no ano que vem.
Para trazer a água do Tocantins, porém, segundo o parlamentar, a estimativa é de um investimento de cerca de R$ 3 bilhões, antes da conclusão do estudo. “É uma obra pequena em relação às outras que já começaram e estão quase feitas.
Então, eu não vejo como o governo não fazer”, afirmou o socialista. “Tem que apertar o presidente da República.” » Paulo Câmara aceita divisão de custos da transposição e promete isentar mais pobres » MPF vai à Justiça por plano de segurança de barragens da transposição O deputado explica que o trecho mais oneroso previsto é em Tocantins, onde será necessário construir estações elevatórias, como há na transposição, para conduzir a água até transpor a Serra Geral de Goiás, na divisa com a Bahia.
Nesse ponto, a água seria despejada na nascente do Rio Preto, de onde poderia seguir por gravidade até desaguar na Barragem de Sobradinho.
O projeto ficou parado por 20 anos.
Só em 2015 foi aprovado pela Comissão de Viação e Transportes.
Em junho, Tadeu Alencar, também do PSB de Pernambuco, apresentou relatório favorável à matéria à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que, diante da denúncia contra o peemedebista e as reformas, ainda não votou. » Maia assina ordem de serviço de trecho da transposição parado há um ano » Deputados cobram de Temer que águas da transposição cheguem ao Sertão de Pernambuco » MPF pede ao TSE para multar Lula por ato político na transposição Patriota argumenta que a precipitação média anual na bacia do Rio Tocantins é de 1,6 milímetros, estendendo-se os meses chuvosos de novembro a maio e os meses secos de junho a setembro.
No São Francisco, os índices são menores do que 600 milímetros ao ano.
Além disso, o parlamentar frisa que a vazão média no primeiro chega a 13,6 metros cúbicos por segundo, enquanto no segundo é de 2.846 metros cúbicos por segundo - agora, Sobradinho tem 600 metros cúbicos por segundo, o que impossibilita a geração de energia e levou à proibição da captação em um dia da semana.