Com o anúncio da privatização da Eletrobras, o deputado federal Danilo Cabral (PSB-PE) se colocou contra a proposta do correligionário Fernando Filho, ministro de Minas e Energia e também da bancada socialista de Pernambuco.

Cabral começou nesta quarta-feira (24) a coletar assinaturas para criar uma Frente Parlamentar em defesa da Chesf, a Companhia Hidro Elétrica do São Francisco, ligada à empresa e incluída no processo de desestatização.

LEIA TAMBÉM » Chineses, fundos e europeias na lista de candidatos à compra da Eletrobras » Fernando Filho pretende privatizar Eletrobras até o primeiro semestre de 2018 » Instituto Miguel Arraes vai ao MPF contra venda da Eletrobras Para o socialista, é preciso discutir a venda do sistema amplamente, e não “apressadamente”. “A condução da política energética do País deve ser do poder público e não da iniciativa privada. É uma questão de soberania nacional”, defendeu. “A Chesf tem 70 anos de história. É um patrimônio dos nordestinos e um instrumento fundamental para o desenvolvimento regional.” » Deputado acusa governo Temer de vender Eletrobras por ‘incapacidade’ O Instituto Miguel Arraes, criado para homenagear o ex-presidente do PSB, protocolou no Ministério Público Federal (MPF) um pedido de abertura de inquérito civil sobre a venda da Eletrobras.

O argumento é de que o ex-governador de Pernambuco era contrário à privatização da companhia e foi um dos principais nomes a defender a pauta durante o governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB), quando houve uma tentativa de vendê-la. » Privatização da Eletrobras divide governistas e oposição na Câmara » Vender Eletrobras deixa País sujeito a apagões, prevê Dilma » Governo quer reduzir participação da União na Eletrobras A negociação pegou o mercado de surpresa na segunda-feira (21), levando-o à euforia e à subida das ações da empresa em 49%.

Mesmo com protestos da oposição e de nomes do próprio partido, Fernando Filho espera ter concluído o processo de privatização até o fim do primeiro semestre de 2018, para não ser atrapalhado pelas eleições.

Ainda será discutido apenas o modelo de venda.

A Eletrobras tem hoje 178 empresas, 233 usinas e 13 subsidiárias, entre elas a Chesf.

Para a criação da frente em defesa da manutenção da companhia como está, são necessárias 187 assinaturas de parlamentares.

Atualmente, no Congresso Nacional existe a Frente Parlamentar em Defesa do Sistema Elétrico Brasileiro, coordenada pela deputada Érika Kokay (PT-DF).