Dois anos depois de romper com o grupo do senador Fernando Bezerra Coelho, o deputado estadual Lucas Ramos, também do PSB, criticou a decisão do filho dele, o ministro Fernando Filho, de vender a Eletrobras.
Acompanhando o discurso do advogado Antônio Campos, irmão do ex-governador Eduardo Campos, Ramos afirmou que a privatização é contrária ao que defendia Miguel Arraes, líder socialista.
Em pronunciamento na Assembleia Legislativa, o parlamentar ainda acusou o governo Michel Temer (PMDB) de promover a desestatização por “incapacidade”. “Vender um patrimônio dos brasileiros por R$ 20 bilhões para encobrir um déficit de R$ 59 bilhões que o sistema Eletrobras acumula é uma prova da incapacidade do governo federal em gerir uma empresa do tamanho e importância da Eletrobras e suas subsidiárias”, apontou no discurso. “Mais uma vez o governo Temer se coloca de costas para o povo brasileiro e em uma decisão monocrática coloca à venda um dos maiores ativos do país”, acrescentou.
LEIA TAMBÉM » Chineses, fundos e europeias na lista de candidatos à compra da Eletrobras » Fernando Filho pretende privatizar Eletrobras até o primeiro semestre de 2018 » Instituto Miguel Arraes vai ao MPF contra venda da Eletrobras Ao anunciar a venda da estatal, Fernando Filho afirmou nessa terça-feira (22) que R$ 20 bilhões é o valor atual dela e que a dívida líquida é atualmente de R$ 23 bilhões.
O ministro negou ainda que o negócio seja para ajudar o governo a cumprir a meta fiscal que, modificada, ampliou a expectativa de déficit de R$ 139 bilhões para R$ 159 bilhões. » Privatização da Eletrobras divide governistas e oposição na Câmara » Vender Eletrobras deixa País sujeito a apagões, prevê Dilma » Governo quer reduzir participação da União na Eletrobras “O governo impopular de Michel Temer, para pagar as contas da incapacidade de gerir o Brasil, busca a privatização para cobrir um rombo que será, infelizmente, mais uma vez repassado para o povo brasileiro”, afirmou Lucas Ramos. “Todos os pernambucanos devem se colocar contra a venda da Chesf.” Apesar de criticar Temer, o deputado não poupou a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e afirmou que a discussão sobre a venda da Eletrobras - e, consequentemente, da Chesf, não pode ser partidarizada. “Existe um processo de esvaziamento da Chesf que persiste há anos, atravessando várias gestões.
Em 2012, com a edição da Medida Provisória 579 pela ex-presidente Dilma Rousseff, a companhia sofreu um duro golpe financeiro numa tentativa desastrosa de baixar a tarifa aplicada ao consumidor”, avaliou. “Agora, o governo Temer erra mais uma vez ao propor a venda de um ativo tão importante para o desenvolvimento nacional como é a Companhia Hidrelétrica do São Francisco, desconhecendo o papel social que a estatal possui especialmente na região Nordeste.”