Do Blog de Jamildo, com Estadão Conteúdo O ministro de Minas e Energia, Fernando Filho, espera concluir a venda da Eletrobras até o fim do primeiro semestre do próximo ano, deixando o processo fora das eleições.

Apesar de já ter sido definida a privatização da estatal, o modelo do negócio ainda está sendo discutido e, por isso, não é possível prever quanto geraria.

A dívida líquida da Eletrobras é de R$ 23 bilhões hoje.

A empresa vale R$ 20 bilhões.

Para o ministro, apesar das críticas que têm surgido nas redes sociais, a previsão é de que a médio prazo a venda resulte em uma conta de energia mais barata.

Isso porque ele prevê um aumento da eficiência da empresa, com menos custos de produção. “Sem as amarras de uma empresa pública, vai ser mais eficiente e mais ágil”, afirmou em coletiva de imprensa realizada nesta terça-feira (22).

LEIA TAMBÉM » Governo quer reduzir participação da União na Eletrobras » Instituto Miguel Arraes vai ao MPF contra venda da Eletrobras » Vender Eletrobras deixa País sujeito a apagões, prevê Dilma Fernando Filho também rebateu as informações de que a privatização não garantiria o fornecimento energético.

Para isso, ele afirma que o País deve ter uma agência reguladora forte, cobrando serviços de qualidade e preços competitivos. “Um movimento dessa magnitude vai enfrentar resistências, mas é, no meu entender, o que vai de encontro ao que o povo quer, de redução do tamanho do Estado e melhores serviços”, alegou o ministro.

Fernando Filho vai levar a proposta ao Conselho do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) nesta quarta-feira (23).

Além do modelo da venda, o governo ainda deverá discutir dois casos: o da usina nuclear de Angra 3, no Rio de Janeiro, e o da hidrelétrica de Itaipu, por causa da divisão com o Paraguai.

Ele voltou a citar a Embraer e a Vale como exemplo de processos semelhantes, que também ocorreram em outros países. “Trata-se de um movimento muito maior do que apenas a necessidade arrecadatória.

Vamos entregar uma nova empresa muito mais ágil após esse processo, com capacidade de enfrentar os desafios em um cenário competitivo com empresas globalizadas”, afirmou.

O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Eduardo Guardia, enfatizou que a venda da Eletrobras não será feita para gerar receita primária, porque receitas de desestatizações são receitas financeiras. “Então isso não está sendo feito com o objetivo de impactar o resultado fiscal”, concluiu.

Ele explicou que o motivo é que os dois modelos previstos em lei não geram receita primária.

Na semana passada, o governo Michel Temer (PMDB) anunciou uma mudança na meta fiscal, com aumento da previsão de déficit primário de R$ 139 bilhões para R$ 159 bilhões.