A privatização da Eletrobrás e da Chesf fere a memória de Arraes INSTITUTO MIGUEL ARRAES-IMA Antônio Campos, Presidente Com referência ao fato relevante ao mercado do ministro Fernando Filho do Ministério de Minas e Energia, que anuncia o propósito de vender ações da Eletrobrás e subsidiárias, dentre elas, a Chesf, dentro do Programa de Parcerias e Investimentos (PPI), que representa privatizar o setor elétrico e a Chesf, empresa de grande relevância para o Nordeste, com reflexos no Rio São Francisco, ratificada pela coletiva do Ministro de hoje de manhã, temos o dever de nos posicionar e adotar providências: 1- O conhecido modelo privatista anunciado, em sua história, não baixou as tarifas elétricas ou melhorou os serviços para os consumidores, como ocorreu em relação a privatização da Celpe. 2- A solução do endividamento do setor elétrico não passa necessariamente pela sua privatização ou pelo modelo sugerido pelo fato relevante, merecendo um debate mais aprofundado com a sociedade. 3- O ex-Governador Miguel Arraes, defensor das causas estratégicas do Nordeste e que defendia um projeto soberano de nação, resistiu a tentativa de privatização do sistema elétrico e da Chesf durante o governo FHC, que implicaria na privatização do Rio São Francisco, tendo feito conhecido pronunciamento na Câmara dos Deputados, artigo em jornal e iniciativas contra a iniciativa de privatização. 4- Hoje, pela manhã, na qualidade de Presidente do Conselho Deliberativo do Instituto Miguel Arraes telefonei ao Presidente do PSB Carlos Siqueira dizendo que lamentava que a iniciativa partisse de um ministro filiado ao PSB e que tal iniciativa traia a memória de Miguel Arraes, um dos líderes históricos do PSB. 5- Iremos entrar nesse debate, sendo atual o ideário de Arraes, discutindo politicamente e tecnicamente com a sociedade o assunto, como também resistiremos, através das medidas cabíveis perante o Ministério Publico Federal, no qual já solicitamos a abertura de inquérito civil sobre o tema hoje à tarde perante a Procuradoria Regional da República, o Poder Judiciário e os órgãos de controle.

Recife, 22 de Agosto de 2017.