O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou neste sábado, 19, em Feira de Santana, na Bahia, durante evento de sua caravana pelo Nordeste, que o Brasil estava uma bagunça.
Ele usou um palavrão para descrever esta situação e depois se desculpou, mas em nenhum momento assumiu qualquer culpa ou responsabilidade pelo estado das coisas.
Pela manhã, o petista participou de um evento com mais de 60 prefeitos de cidades do interior baiano.
Na plateia havia políticos de partidos como PMDB e DEM, que apoiaram o impeachment da presidente cassada Dilma Rousseff e integram a base do governo Michel Temer.
Lula usou um palavrão para criticar a situação econômica do País. “Este País é grande demais.
Este País não nasceu para ser a m. que é”, disse o ex-presidente que logo em seguida tentou se desculpar. “Desculpe aí o pessoal que está gravando.” Apesar das críticas, os prefeitos formaram uma fila de quase uma hora para tirar fotos com o petista.
Um prefeito do PMDB que pediu para não ter o nome divulgado explicou tanta admiração.
Segundo ele, Lula é muito admirado no Nordeste e pode ser um grande cabo eleitoral para 2018.
Lula também disse que “não é possível” o eleitor reclamar dos políticos e “na hora do voto colocar uma raposa lá dentro do galinheiro”.
No mês passado, o petista foi condenado pelo juiz federal Sérgio Moro a 9 anos e 6 meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do triplex do Guarujá.
Ele se diz inocente. “Não é possível a gente passar o ano inteiro falando que tem que melhorar e na hora do voto colocar uma raposa la dentro do galinheiro.
A gente precisa ficar mais esperto.
Não dá para votar num cidadão sem saber se ele é raposa ou não”, disse Lula durante um ato do Fórum Baiano de Agricultura Familiar.
Segundo os organizadores, participaram do evento, realizado na Estação da Música, 5 mil agricultores familiares.
Vestindo chapéu de couro e jaleco de boiadeiro, Lula pediu aos eleitores que votem com mais “consciência” para afastar as “raposas” da política.
O petista afirma que será candidato a presidente da República em 2018.
A condenação de Moro aguarda julgamento no Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF-4) e, se confirmada a sentença no caso do triplex, ele ficará inelegível.
Réu em outros cinco processos da Lava Jato e seus desdobramentos, Lula disse que as denúncias não vão impedi-lo de rodar o Brasil para fazer política. “Não sou daqueles que, quando aparece denúncia, colocam o rabo entre as pernas e vão embora.
Vou cobrar que eles apresentem provas”, disse o ex-presidente. “Sou temente a Deus. É a única coisa a que sou temente.
Não sou temente aos homens”, afirmou o petista.
A caravana do ex-presidente vai percorrer 25 cidades nos nove Estados do Nordeste - ela foi iniciada na quinta-feira, 17, em Salvador, e termina no dia 5 de setembro em São Luís.
Com informações da Agência Estado