Por Júlio Lóssio, ex-prefeito de Petrolina pelo PMDB O Rio São Francisco é o sangue da nossa terra, é à base da nossa sobrevivência.

O que tivemos nos últimos sete anos foram dados catastróficos da gestão das águas do rio São Francisco.

A Agência Nacional de Águas (ANA) vem alertando as autoridades e, de modo especial, a Chesf e o Ministério da Integração, para o risco de colapso hídrico que infelizmente foi completamente negligenciado.

O Boletim da ANA de julho de 2011 apresentava o acumulo de água em Sobradinho de 85% de sua capacidade.

Dois anos depois, já em 2013, o volume de água no mesmo período já havia caído para 40% do seu reservatório e chegamos agora ao boletim de julho de 2017 com 10% da sua capacidade.

Esses números são uma prova cabal de que aqueles que estavam à frente da gestão das águas do rio São Francisco não estavam à altura do posto que ocupavam, até porque não se fecha os olhos para números tão discrepantes e numa dimensão tão grande num curto espaço de tempo.

Estava claro que o São Francisco precisava de um gerenciamento eficiente de gestão de suas águas.

Gerencialmente isso é uma catástrofe.

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Pessoal da Chesf reage à mudanças Não tinha a menor lógica diante desses dados Sobradinho ter vertido aproximadamente 1,2 mil metros cúbicos por segundo durante anos até ser tomada as primeiras medidas.

Um verdadeiro absurdo.

Poderíamos ter acumulado “gordura” hídrica para os tempos difíceis e até mesmo para fazer uma melhor gestão das águas.

Temos que diversificar a produção de energia de outras fontes, sobretudo eólica e fotovoltaica e o São Francisco deve ter sua prioridade não na produção de energia elétrica, e sim priorizar o consumo humano e viabilizar a dinâmica de desenvolvimento das cidades.

Ainda como prefeito de Petrolina, em 2012, emitimos através da Agência Municipal do Meio Ambiente a licença ambiental para implantação de unidades produtoras de energia fotovoltáica e heliotérmica que poderiam ser um embrião para uma nova Chesf no que tange à produção energética.

Precisamos acelerar o uso do extraordinário potencial do semi-árido para produção de energia derivada do sol e implementar mecanismos eficientes de gestão das águas do São Francisco com foco no abastecimento humano e na produção de alimentos.