A Polícia Federal e a Receita Federal deflagraram a Operação Hammer-on na manhã desta terça-feira (15) em que cumprem 153 ordens judiciais expedidas pela 13ª Vara Federal de Curitiba contra um grupo acusado de lavagem de dinheiro e evasão de divisas entre Brasil e Paraguai.
De acordo com a PF, as empresas chegaram a movimentar R$ 5,7 bilhões entre 2012 a 2016.
A cinco núcleos interdependentes que utilizavam contas bancárias de várias empresas, em geral fantasmas, para receber vultosos valores de pessoas físicas e jurídicas interessadas em comprar mercadorias, drogas e cigarros provenientes do exterior, especialmente do Paraguai.
As operações financeiras aconteciam de duas formas: através de operações dólar-cabo, com o sistema internacional de compensação paralelo, sem registro nos órgãos oficiais; e de ordens de pagamento internacionais emitidas por algumas instituições financeiras brasileiras, duas destas já liquidadas pelo Banco Central, em contratos de câmbio manifestamente fraudulentos com empresas fantasmas.
São cumpridos dois mandados de prisão preventiva, 17 mandados de prisão temporária, 53 mandados de condução coercitiva e 82 mandados de busca e apreensão em várias cidades do Paraná (Foz do Iguaçu, Curitiba, Almirante Tamandaré, Piraquara, São José do Pinhais, Assis Chateaubriand e Renascença), São Paulo (Guarulhos e Franca), Espírito Santo (Vitória, Serra e Vila Velha), Minas Gerais (Uberlândia) e Santa Catarina (Itapema, Balneário Camboriú e São Miguel do Oeste).
As investigações começaram em 2015, quando houve também a Bemol e um ano depois da Sustenido.
As duas ações anteriores investigaram que organizações articuladas em Foz do Iguaçuintermediavam as negociações entre criminosos brasileiros e paraguaios, sendo responsáveis por garantir o pagamento de fornecedores paraguaios de drogas, cigarros e mercadorias, além de ocultar dinheiro de origem criminosa.
Na operação Hammer-on, os demandantes dos serviços prestados pelos intermediários também foram investigados.
O Hammer-on é uma técnica usada em instrumentos de corda para ligar duas notas musicais com uma mesma mão.
Fazendo-se novamente referência à teoria musical, na operação Hammer-on, numa só toada, “com uma só mão”, ligaram-se duas “notas musicais” (intermediários e demandantes).
Os investigados responderão pelos crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro, evasão de divisas, gestão temerária, operação irregular de instituição financeira e uso de documento falso.