Agência Brasil - Mesmo considerada alta em relação aos dados nacionais, a inflação dos últimos 12 meses na região Nordeste, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e registrada em 3,32%, é a menor desde 2008, quando começou a série histórica da região.

A informação é do Diário Econômico, documento elaborado pelo Escritório de Estudos Econômicos do Nordeste (Etene), vinculado ao Banco do Nordeste.

A inflação de julho, que ficou em 0,26%, também é a mais baixa para o mês desde 2014, quando houve o índice ficou em 0,36%.

O acumulado do ano também segue o ritmo de queda, só que mais intensa: 1,91%, se comparado aos 5,75% registrados no mesmo período de 2016.

LEIA TAMBÉM » Meirelles diz que meta de inflação para 2019 pode ser reduzida Para o economista do Etene, Aírton Saboya, essas quedas se explicam pela retração econômica atual, quando a demanda por produtos e serviços está menor. “Com a economia em retração em diferentes produtos, há benefícios para o consumidor.

No caso dos serviços, a redução de preços é mais lenta e o consumidor busca substituí-los.” Dentre os nove grupos pesquisados pelo Etene, habitação é o que tem maior impacto na formação do indicador inflacionário do Nordeste.

Em julho, esse grupo apresentou alta de 1,40%.

Já os grupos “artigos de residência” e “alimentos e bebidas” apresentaram deflação (diminuição do índice de preços): 0,60% e 0,05%, respectivamente.

Saboya explica que a deflação dos alimentos é um reflexo da melhoria da safra agrícola, sobretudo após seis anos de seca intensa na região.

Considerando Recife, Salvador e Fortaleza, as três regiões metropolitanas do Nordeste pesquisadas pela Etene, a energia elétrica residencial foi um dos itens que teve maior elevação de preços em julho, devido, conforme o economista, ao reajuste recente e também aos baixos níveis dos reservatórios onde há hidrelétricas.

No Recife, a alta foi 4,51%, seguido de Salvador, com 4,41% e Fortaleza, com 3,50%.