Nesta semana que passou, o ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, participou do 5º Fórum de Infraestrutura e Logística, do LIDE São Paulo, onde debateu temas da pasta com cerca de 200 empresários e representantes setoriais.

No evento, Fernando Coelho Filho defendeu os termos da Consulta Pública do Setor Elétrico que vai até o dia 17 de agosto. “O Ministério de Minas e Energia (MME) colocou na Consulta Pública todas as ideias desenvolvidas nos debates internos com o setor ao longo do último ano: como a alocação correta dos riscos entre os agentes, a racionalidade econômica das propostas, para que o governo possa apoiar exatamente aquilo que for necessário, a migração para o mercado livre levando também os encargos e a responsabilidade pela segurança do setor”.

LEIA TAMBÉM » Técnicos da Chesf agora querem operar transposição do São Francisco e perímetros irrigados Ao referir-se às propostas de “descotização” das usinas geradoras, Fernando Coelho Filho citou o caso da Chesf. “A Chesf sempre foi uma empresa sólida, muito robusta e que teve, de uma hora para outra, numa única medida provisória (MP 579), 91% do seu parque gerador transformado em cotas.

Em dezembro do ano passado, nós tivemos que vir a Eletrobrás fazer uma operação de crédito para que a Chesf pudesse honrar os compromissos salariais dos seus funcionários, tendo em vista que o que ela recebe de operação e manutenção é insuficiente para poder fazer frente aos compromissos que assumidos”.

Reação no Recife No Recife, cinco engenheiros da Chesf, diante do avanço da transposição do São Francisco e da imposição do uso múltiplo das águas, está apresentando uma proposta de gestão integrada do rio, com vista a sua sustentabilidade.

O documento é assinado por Pedro Alves de Melo, Sergio Balaban, José Altino Bezerra, Iony Patriota de Siqueira, Roberto Gomes. “Consta dessa proposta a descotização e possibilidade de privatização das usinas de Xingó, Complexo de Paulo Afonso e Itaparica cujo lastro para fins de contratação de energia elétrica totaliza 4.884 MW médios.

Segundo a proposta do MME, a privatização destes ativos tem, entre outros objetivos, o equilíbrio das contas públicas no curto prazo.

Todavia, esta visão, ao não atender as necessidades mais abrangentes da região, coloca em risco o futuro da Nordeste”, afirmam, em documento. » Fernando Filho defende proposta de mudanças para o setor elétrico.

Pessoal da Chesf reage à mudanças » Eletrobras toma participações acionárias da Chesf para pagamento de dívida O engenheiro José Altino Bezerra é ex-Superintendente de Planejamento e Expansão da CHESF e também Presidente da FACHESF “Tendo em vista a Audiência Pública promovida pelo MME, conforme Nota Técnica 05/2017/AEREG/SE, decidimos formar um Grupo de Engenheiros para nos posicionar com relação às questões levantadas na citada NT, principalmente no item que aborda a Descotização e Privatização de UHE´s de Empresas do Grupo Eletrobras, inclusive da CHESF …

Nosso objetivo é contribuir para o processo, somando esforços na direção de valores nos quais acreditamos e que produzam benefícios para o desenvolvimento da nossa sofrida Região.

No dia 10/08, submetemos ao MME, um importante documento analisando o contexto atual e apresentando uma proposta cujas ideias principais já contam com o apoio de renomados engenheiros conhecidos nacionalmente” “O Grupo, denominado Gestão Integrada do São Francisco – GISF, conta com a participação de colegas que trabalharam na CHESF e ocuparam funções relevantes em atividades pertinentes à Àrea Energética, ou outras atividades correlatas, para desenvolvermos um trabalho buscando sensibilizar a Sociedade, Técnicos, Empresários, Imprensa e Políticos da Região Nordeste, entre outros, para que haja uma maior participação nesse momento de decisões, em defesa da Transposição (PISF), da CHESF e de outros Organismos e Instituições fundamentais para o desenvolvimento do Nordeste”, explica.