O petista Fernando Haddad, ex-ministro da Educação e ex-prefeito de São Paulo, não prevê para 2018 a polarização das últimas eleições entre PT e PSDB.
Para o próximo ano, espera que a disputa fique centrada entre um grupo aliado do presidente Michel Temer (PMDB) e o outro do ex-presidente Lula (PT). “Não vejo muita possibilidade de um tucano se apresentar como oposição ao governo Temer.
Vai ser uma saia justa.
Como eles vão explicar quatro ministérios, aprovar tudo que o governo mandou?”, questionou em entrevista ao programa Resenha Política.
Para Haddad, porém, o PSDB pode usar a propaganda para encobrir o apoio dado ao peemedebista desde o impeachment de Dilma Rousseff (PT) e acusou os tucanos de esconder o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso desde as eleições de 2002. “Eles vão esconder Temer, que estão apoiando?Pode até ser, mas o povo vai entrar nessa?”, perguntou ainda.
LEIA TAMBÉM » Coligações transformam eleições em feira, diz Haddad » Haddad acusa Doria de ‘incitar violência’ e diz que SP está ‘mais agressiva’ » Bolsonaro representa o que tem de mais obscurantista, afirma Haddad » Haddad diz que não será vice de Ciro e projeta Lula nas eleições de 2018 Haddad é apontado como possível plano B do Partido dos Trabalhadores caso a candidatura de Lula seja inviabilizada pela Justiça - o que acontece se a condenação dele na Operação Lava Jato for mantida em segunda instância. “Nunca ninguém conversou comigo sobre candidatura”, disse, no entanto, ao ser questionado se o governador de Paulo Câmara (PSB), poderia ser seu vice.
O ex-prefeito de São Paulo voltou a afirmar que acredita que o líder petista poderá disputar e que se recusaria a discutir o seu nome para 2018 agora. “Nossa expectativa não é essa, é de que Lula possa concorrer.” De acordo com o aliado, Lula não pretendia se candidatar para um terceiro mandato. “Eu vi várias vezes Lula falar que em 2018 tinha intenção de apoiar um candidato de outro partido e o nome de Eduardo Campos era muito comentado.
Ele não tinha intenção”, lembrou. “Está sendo levado pelas circunstâncias a defender seu legado, sua visão de País, sua honra.” Para Haddad, comparado a Lula, só houve Getúlio Vargas e Juscelino Kubitschek.
Relação com o PSB Quatro anos depois de o próprio Eduardo Campos romper com o PT no plano nacional - e cinco no local -, Haddad previu que em 2018 nomes do PSB devem apoiar a candidatura petista. “Tem uma parte do PSB que tem compromisso com aquele Brasil; não com esse, com aquele.
Não com o Brasil de Temer, com o Brasil de Lula”, afirmou. “Não excluo a possibilidade de grande parte do PSB querer compartilhar o que viveu com a gente.” Neste sábado (12), Haddad tem um almoço com Paulo Câmara e Ana Arraes, mãe de Eduardo e ministra do Tribunal de Contas da União (TCU), que pode voltar à vida política ao deixar o órgão.
Programa de governo Hoje, o ex-prefeito de São Paulo atua como ‘colaborador’ na elaboração do plano de governo de Lula, defendendo que ele seja candidato em 2018.
A ele foi atribuída a missão de visitar universidades, que é o que veio fazer no Recife, onde participou de evento com docentes da Universidade Federal da Pernambuco (UFPE) e foi a outro ato na Universidade Católica de Pernambuco (Unicap).
Haddad tem atuado em três assuntos: a reforma do Estado em momento de crise, a educação e a agenda urbana.
Bolsonaro Haddad ainda comentou sobre a provável candidatura do deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) e prevê que ele estará na disputa. “Bolsonaro é representante do que tem de mais obscurantista, de intolerância, de falta de diálogo, de prepotência”, disse.
O ex-prefeito de São Paulo lembrou o caso em que o parlamentar afirmou que errou ao ter uma filha mulher. “Vai ser um presidente da República uma pessoa que tem essa visão?
O Brasil merece mais.”