Em meio à discussão no Congresso Nacional sobre a reforma política, o ex-ministro e ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT) defendeu o fim das coligações nas eleições proporcionais - para deputados e vereadores - como forma de evitar a corrupção nas campanhas.
Para o petista, o sistema eleitoral “empurrou muita gente para a ilegalidade e o banditismo”.
LEIA TAMBÉM » Haddad prevê eleições de 2018 polarizadas entre grupos de Temer e Lula Para Haddad, a formação de coligações nas eleições proporcionais transforma as alianças em “balcão de negócios” por não discutir ideologias e programas, e sim tempos de televisão e apoios financeiros ilícitos, através de ‘caixa dois’. “Quem vai conseguir controlar cada candidato, cada militante?
Vira uma feira.
Se perdeu o controle”, disse. “Se você abrir espaço para a relativização, na primeira vez acontece tudo bem, mas na terceira está todo mundo desesperado para pagar as dívidas de campanha.” A Câmara discute hoje o fim das coligações nas eleições proporcionais.
De acordo com a proposta aprovada na comissão da reforma política nessa quinta-feira (10), deixa de valer a partir de 2022 o sistema atual, em que são eleitos deputados e vereadores de acordo com o coeficiente eleitoral - dependendo, portanto, do número de votos de todo o partido ou da coligação.
Deve passar a valer o distrital misto, sistema pelo qual metade das vagas é preenchida por lista fechada e a outra, pelo voto direto nos candidatos.
O petista defendeu ainda que o financiamento privado de campanhas, proibido desde as últimas eleições municipais, era outro fator determinante para a corrupção.
Com a maior parte dos partidos com nomes investigados em operações como a Lava Jato, Haddad prevê que nas eleições de 2018 “todo mundo vai apontar o dedo para todo mundo”. “O PSDB é um partido de corruptos?
Não, tem muita gente boa no PSDB.
O PMDB é um partido de corruptos?
Não, tem muita gente boa no PMDB.
O mesmo vale para o PT.”