A reunião do ministro da Saúde, Ricardo Barros, com a bancada pernambucana para discutir a polêmica envolvendo a Hemobrás foi adiada.
A audiência seria nesta quarta-feira (8), em meio ao rumo mais agressivo tomado nas discussões, mas foi remarcada para o próximo dia 15, às 18h, no Ministério da Saúde.
Os parlamentares de Pernambuco estão irritados com o ministro por causa da articulação que ele tem feito para levar para Maringá (PR), seu reduto eleitoral, o produto com maior valor agregado da estatal que funciona em Goiana, na Mata Norte do Estado.
A Hemobrás tem hoje uma Parceria para o Desenvolvimento Produtivo (PDP) com a Shire que prevê a compra do fator VIII recombinante, medicamento usado no tratamento de hemofílicos, pela estatal, mas também a transferência da tecnologia para que a produção passe para Pernambuco até 2023.
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Nesse novo negócio, a produção do recombinante passaria para o Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar), em Maringá, e em Pernambuco ficaria apenas o fracionamento do plasma, hoje já executado em outro contrato.
A fábrica em Goiana custou até agora cerca de R$ 1 bilhão e precisa de mais R$ 600 milhões para concluir os 30% restantes.
A Shire propõe investir U$ 250 milhões na conclusão da planta de Goiana.
Além disso, aceitou estender o prazo de pagamento e abrir mão dos juros da dívida da estatal com a empresa, hoje estimada em U$ 175 milhões – pela compra do recombinante.
Enquanto isso, no negócio proposto pelo ministro o investimento de US$ 250 milhões em Pernambuco, mas para que o Estado fique com o fracionamento do plasma, e US$ 200 milhões iriam para o Paraná, para a fabricação do recombinante, mais lucrativo.