Depois de votar contra a admissibilidade da investigação do presidente Temer pelo STF, o deputado e empresário pernambucano Ricardo Teobaldo passa a ocupar uma função de destaque na Câmara Federal, assumindo a liderança do Podemos.

Com a escolha, Ricardo Teobaldo será o principal interlocutor da legenda com o governo e a presidência da Câmara.

Na atual legislatura, ele acaba de relatar a LDO 2016, dentro da Comissão Mista de Orçamento.

O parlamentar disse ter recebido com alegria a indicação. “Para mim é gratificante poder representar na Câmara um movimento de mudança, que dialoga com todos os setores da sociedade”, destacou.

Segundo o partido, a bancada conta hoje com 18 deputados, podendo chegar a 20 até o final deste mês.

Ao lado da deputada e presidente nacional do Podemos, Renata Abreu, Ricardo Teobaldo participou na noite de hoje da reunião de líderes da Câmara, comandada pelo presidente da casa, o deputado Rodrigo Maia. “O movimento nasce com o DNA da coletividade e assume o compromisso de hastear as bandeiras da Transparência, Participação e Democracia Direta, convicto de que, por meio de nossas plataformas digitais, é capaz de conectar em tempo real o sistema político e a sociedade brasileira e, juntos, decidir os rumos de nossa Nação”, diz o deputado.

Antecedentes O deputado federal Alexandre Baldy (GO), ex-líder do Podemos, anunciou na sexta-feira (4) que vai deixar a legenda após ter sido afastado da liderança pela presidente do partido, deputada federal Renata Abreu (SP).

O afastamento do parlamentar se deu por ele ter votado a favor do parecer da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara que recomendava que não fosse aceita a admissibilidade da denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o presidente Michel Temer (PMDB).

Em nota, o deputado informou que vai pedir sua desfiliação por discordar da forma que a direção da legenda impôs a orientação de voto aos deputados. “Pedirei a desfiliação do partido Podemos, o qual fui líder até a última quarta-feira (2).

Meu pedido de desligamento acontece em razão do desencontro de ideias entre a bancada a qual liderava e a Executiva Nacional do partido”, diz trecho da nota.

Alexandre Baldy informou que sua filiação ao então PTN, hoje Podemos, no ano passado se deu em razão da proposta de democracia direta na legenda. “Filiei-me ao então PTN, em 2016, justamente por causa da bandeira da Democracia Direta, causa a qual defenderei até meu último dia como político e como cidadão.

Trabalho incansavelmente para que os brasileiros e goianos tenham melhor qualidade de vida, garantia de emprego e para o desenvolvimento econômico de todas as regiões”, disse Baldy, que ainda não definiu para qual legenda deverá se filiar.

Para concorrer nas eleições de 2018, ele tem um ano para entrar em um novo partido.

Dos 14 deputados do Podemos, nove contrariaram a Executiva Nacional do partido e votaram a favor do parecer da CCJ e cinco votaram contra.

O parecer, contrário à admissibilidade da denúncia contra o presidente Temer foi aprovado na quarta-feira (2) por 263 votos contra 227.

Em julho ainda, o presidente Temer começou a punir deputados que votaram a favor da denúncia contra ele na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara.

O Diário Oficial da quarta-feira (19) trouxe a exoneração de um aliado da deputada Renata Abreu (Podemos-SP), que, apesar de ter assumido como titular no colegiado por uma troca, votou contra Temer.

Em nota, o partido afirmou que a decisão foi da executiva nacional e que “não pauta seu apoio ou oposição condicionado a cargos”.

A exoneração foi de Thiago Martins Milhim, que estava na Fundação Nacional de Saúde (Funasa), segundo a Folha de S.

Paulo, por indicação da parlamentar. “O Podemos tem três pilares em seu programa: a transparência, a participação da população e a democracia direta.

O partido não pauta seu apoio ou oposição condicionado a cargos, que, se indicados, são técnicos; está preocupado com a população.

O Podemos mantém sua postura de independência em relação ao governo, votando sempre a favor da população, a favor do País”, diz na nota.

Enquete A deputada ainda lançou uma enquete para que os eleitores digam se querem que ela vote ‘sim’ ou ‘não’ à denúncia contra Temer quando chegar ao plenário.

A votação foi marcada para o dia 2 de agosto.

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