A executiva estadual do PSOL decidiu lançar candidatura própria ao Governo de Pernambuco em 2018.
A resolução aprovada pela direção do partido argumenta criticando o governador Paulo Câmara (PSB) e o senador Armando Monteiro Neto (PTB), adversários em 2014 e numa disputa que deve se repetir no próximo ano no Estado.
A sigla ainda alfinetou o PT e o PCdoB, legenda também de esquerda, e apontou o “lulismo” como uma “estratégia de conciliação de classes” que não atende às suas expectativas.
Apesar de afirmar que terá candidaturas majoritárias próprias, o PSOL enfatiza no documento que a manutenção de um mandato na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) é o foco.
Hoje, a vaga do partido é de Edilson Silva.
Na Câmara do Recife, a legenda também tem uma cadeira, com Ivan Moraes.
O ex-deputado federal Paulo Rubem Santiago, filiado em março, pode tentar a Câmara, mas afirmou que aguarda a aprovação da reforma política e as discussões internas do partido para fechar.
Uma ala do PSOL dissidente a Edilson Silva, a Trabalhadores na Luta Socialista (TLS), já fala em ter como candidato a governador do presidente do Sindicato dos Policiais Civis (Sinpol-PE), Áureo Cisneiros, que também admite as conversas para isso.
O nome foi definido por causa do tema que deve pautar as candidaturas no Estado em 2018: a crise na segurança pública.
Leia a íntegra da resolução aprovada pelo PSOL Em defesa da democracia, contra a retirada de direitos, para avançar nas conquistas, o PSOL terá cara própria em 2018.
Em um intervalo de aproximadamente trinta dias, destruíram os direitos trabalhistas de 74 anos previstos na CLT através da sua fragilização, condenaram Lula a 9 anos de prisão e livraram Temer de um processo de cassação, quando o plenário da Câmara recusou o pedido para a abertura do processo contra o Presidente ilegítimo.
Os setores estratégicos da burguesia golpista aceleram o desmonte dos direitos sociais e políticos da sociedade brasileira com suas medidas regressivas.
Enquanto os ajustes do capital são feitos nos andares de cima, os governadores e prefeitos vão se adaptando a agenda regressiva e conservadora, arrochando salários dos servidores, cortando verbas de setores estratégicos e reprimindo aqueles que estão à margem da sociedade de consumo, criminalizando a pobreza e abarrotando os presídios de pobres e negros.
O PSOL e sua bancada federal se colocaram claramente contrários ao golpe, mobilizando sua militância em defesa da legalidade, sem deixar de demarcar nossas diferenças com o governo Dilma.
Importante também destacar o papel da Frente Povo Sem Medo na resistência e mobilização contra a agenda regressiva do governo golpista, a mobilização da sociedade pelas diretas já e eleições gerais, a retomada das ruas pela esquerda e a greve geral de 28 de abril, ainda que insuficientes para mudarem a correlação de forças, mostram que existe mobilização social suficiente para retomar a luta e a construção de alternativas à esquerda para o Brasil.
A ação em frente única com diversos setores sociais, políticos e partidários contra o golpe e seu programa econômico, não pode significar perder de vista a necessidade de reorganizar a esquerda para a disputa eleitoral de 2018 (ou antes de 2018 se vitoriosa a campanha por antecipação de eleições) em torno de um programa que supere nacionalmente as limitações do lulismo e no estado derrote o desgoverno do PSB.
O governo Paulo Câmara, é a continuidade do projeto político de Eduardo Campos, que foi baseado em um modelo de desenvolvimento econômico fundamentado em isenções e incentivos fiscais ao empresariado, que se esgotou e deixou o Estado em profunda fragilidade financeira.
O atual Governo desmorona sem rumo com consequências graves para a população.
A violência, o estado precário do serviço público, as obras paradas e o envolvimento cada vez mais evidente dos principais agentes políticos do PSB em esquemas de corrupção.
Tudo isso revela sua falência política e administrativa.
Por outro lado, a oposição feita pelo senador Armando Monteiro não dialoga com as necessidades da classe trabalhadora pernambucana e não apresenta programa para a superação da crise instaurada no Estado.
Suas posições políticas em favor das reformas regressivas, suas articulações políticas com o PSDB e o DEM no estado revelam qual será a prioridade estratégica de um possível governo.
Nos últimos anos o PT e o PCdoB não tem se apresentado como alternativa de esquerda ao povo pernambucano, sempre se aliando a projetos das oligarquias, sendo capitaneados, ora pelo PSB de Paulo Câmara e Eduardo Campos, ou junto ao PTB de Armando Monteiro, não tendo legitimidade para se apresentar como o novo neste processo.
Desde sua fundação o PSOL tem se apresentado como um projeto de esquerda nas eleições do Estado.
Por isso, nas eleições de 2018 o Partido Socialismo e Liberdade em Pernambuco terá candidatura própria ao Governo do Estado. É urgente lançar nossos nomes de pré-candidatos e iniciarmos o debate com o povo acerca da falência do Estado, construindo um programa político com nossas bases no interior e na RMR, convidando os setores progressista da sociedade, da academia, dos sindicatos e movimentos sociais.
Por isso, reafirmamos que o partido terá candidaturas majoritárias próprias e apresentaremos chapas proporcionais amplas e espalhadas por todo o estado.
A expressão da intervenção institucional do PSOL representada pelo mandato de oposição a gestão do PSB na Prefeitura do Recife do vereador Ivan Moraes, e pelo mandato também de oposição ao Governo do PSB em Pernambuco, do deputado Edilson Silva, nos colocam a tarefa de não recuar nessa presença institucional, a manutenção de um mandato do PSOL na ALEPE é central na nossa participação no processo eleitoral de 2018.
Trabalhamos para que PSOL esteja a serviço das lutas em Pernambuco e o compreendemos como parte importante do processo de reorganização de esquerda, no qual participam outros setores sociais importantes que estão superando os limites da estratégia de conciliação de classes que o lulismo representa.
Preservamos o PSOL para intervir na conjuntura de forma consequente e contribuir para a construção de uma alternativa que se expressa na luta direta e radical.
Cada vez mais enquanto partido militante e presente nas ocupações, travamentos, greves gerais, paralisações de categorias e que defenda um projeto de esquerda, ecossocialista e de luta contra as opressões em Pernambuco.
Repudiamos qualquer tentativa de sobrepor a responsabilidades das nossas instâncias de tratar e acordar questões de tática eleitoral.
A direção estadual do PSOL Pernambuco será sempre o interlocutor prioritário nessas discussões.
O PSOL Pernambuco deve iniciar com urgência um amplo debate programático com sua militância, com seus quadros políticos, respeitando nossa diversidade interna e nossas instâncias partidárias.
Continuando aberto para absorver elaborações programáticas de ativistas independentes, movimentos sociais, da esquerda social do estado, de organizações e coletivos políticos que tenham ou não legalidade partidária.
Saudamos os setores da esquerda pernambucana que apresentam possibilidades de desvinculação eleitoral e política com o PSB de Paulo Câmara e o PTB de Armando Monteiro e convidamos para iniciar conosco um grande processo de debate e de articulação da classe trabalhadora em torno de um programa socialista e popular para o Estado de Pernambuco.
Executiva Estadual do PSOL Pernambuco