Se o Plenário decidir, depois da fala de dois deputados favoráveis e dois contrários, a votação poderá começar, se houver quórum.
Já a admissibilidade do impeachment exige, por lei, que cada partido fale por até uma hora.
Enquanto apenas a discussão sobre a denúncia contra a ex-presidente Dilma Rousseff consumiu cerca de 43 horas, a expectativa é que a decisão do Plenário da Câmara no caso de Michel Temer seja resolvida em menos de 24 horas.
Ainda que se trate de decidir se a Câmara aceita ou não que um presidente da República seja julgado, o rito para crime de responsabilidade é diferente do adotado para crime comum.
O impeachment pode ser pedido por qualquer integrante da sociedade civil e depende de decisão do presidente da Câmara para ser analisado.
A denúncia por crime comum, por ser da esfera judicial, é de responsabilidade do Ministério Público, encaminhada pelo Supremo e não depende de aval do presidente da Câmara para ser analisada pelos deputados.
A principal diferença na análise pela Câmara é o tempo dos debates.
Em abril de 2016, a discussão do pedido de abertura do processo que resultou no impeachment de Dilma quebrou recordes históricos.
Apenas os debates duraram 43 horas de sessão, ao longo de três dias.
Foram 389 discursos de parlamentares e 24 horas para representantes dos partidos.
Esse rito é definido pela Lei de Crime de Responsabilidade (1.079/50), que exige um amplo debate: cada partido tem uma hora para falar, assim como os parlamentares que quiserem debater.
Já no caso da denúncia por crime comum, como no caso de Temer, o rito está definido no Regimento Interno e segue a norma para as demais proposições.
Pouco antes do encerramento do recesso parlamentar, uma reunião de líderes definiu o procedimento a ser tomado durante a votação.
Temer é alvo de denúncia do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, por corrupção passiva.
O documento se baseia nas gravações feitas pelo executivo da JBS Wesley Batista, que celebrou acordo de delação premiada.
Com informações da Câmara dos Deputados