Duas horas depois de ter orientado a bancada do PSB a votar contra o relatório que pede o arquivamento da denúncia contra o presidente Michel Temer (PMDB), seguindo a executiva nacional do partido, a líder da sigla na Câmara, Tereza Cristina (MS), proferiu voto contrário.

A socialista votou ‘sim’, com o parecer de Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG).

Há duas semanas, uma reunião entre a deputada e Temer, em que ela foi convidada a entrar no PMDB, aumentou o racha no PSB.

O partido está dividido desde que a direção decidiu fechar questão contra as reformas trabalhista e da Previdência e contra o governo peemedebista, mesmo tendo um ministro (Fernando Filho, na pasta de Minas e Energia).

Os cerca de dez dissidentes, incluindo Tereza Cristina, foram procurados por Temer e pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para aumentar as bancadas dos dois partidos.

Mais cedo, para encaminhar na votação do requerimento de encerramento da discussão e dar início à votação, quem ficou responsável foi o pernambucano Tadeu Alencar, que é crítico do peemedebista e aliado da executiva nacional socialista. “O próprio Temer deveria desejar a investigação”, afirmou.

Já durante a votação, o encaminhamento foi feito por Tereza Cristina, ao contrário do que ela votou em seguida. “Apesar das nossas divergências nas votações importantes, eu como líder deste partido que muito me orgulha, gostaria de dizer que o Partido Socialista Brasileiro, reunido lá atrás, em 20 de maio, entendeu em sua maioria que deveria acolher a denúncia”, afirmou a deputada. “Oriento a votação do meu partido, o PSB, contra o parecer do relator e pelo acolhimento das denúncias, ainda que reconheça a manifestação de deputados da bancada do PSB que votarão de acordo com as suas convicções pessoais”, disse ainda.

O ministro Fernando Filho, por exemplo, foi exonerado para ajudar o presidente.