A defesa do presidente da República, Michel Temer, começou a falar na tribuna após o encerramento da leitura do voto do relator do processo contra Temer, no Plenário da Câmara.
Se aceito, o Supremo Tribunal Federal (STF) pode ter autorização para processar Temer pelo crime de corrupção passiva.
Citando de forma indireta o MPF e os procuradores da Lava Jato, o advogado Antônio Mariz de Oliveira reclamou do ‘grupo que se colocou acima da pátria e quer acabar com a classe política’. “Quem não concorda com a verdade deles, deve ser colocado à execração”, disse.
O advogado também disse que Temer não é um facínora e o Brasil não poderia esperar um ano e meio para processar o presidente?
Na sua avaliação, o que se quer é parar ‘a missão redentora’ de Temer pelo Brasil.
Mariz diz que Temer não recebeu um níquel.
Na fala, o advogado reclamou, sem citar quem, que a mala do dinheiro recebida por deputado Rocha Loures tinha um chip e este sumiu, uma vez que a mala não chegou no colo de Temer.
Numa crítica a Rodrigo Janot, ele disse que Joesley foi colocado em um santuário pelo MPF.
Também reclamou que o empresário teve encontro anterior com o MPF para preparar a gravação e que ela foi clandestina.
Inicialmente, estava prevista fala de 25 minutos de Temer ou seus advogados, logo após a apresentação do parecer do deputado Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG).
Em seguida, os deputados inscritos poderão discutir o tema por até 5 minutos cada.
A defesa de Temer solicitou e teve mais 10 minutos após as falas dos deputados inscritos, e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, deferiu o pedido.
Antes dele, o deputado Abi-Ackel apresentou, durante 25 minutos, o parecer aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) recomendando ao Plenário que negue a autorização para que o STF abra processo com base em denúncia do procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
Janot denunciou Temer por crime de corrupção passiva com base em gravações e delação premiada dos irmãos Joesley e Wesley Batista, donos do grupo J&F – que controla o frigorífico JBS e outras empresas.
A defesa de Temer deve repetir no Plenário os argumentos apresentados à CCJ, ressaltando que não há provas e que a denúncia se baseia em suposições.
Após as falas do relator e da defesa, tem início a discussão dos deputados, alternando-se entre contrários e favoráveis ao parecer de Abi-Ackel.
Quando quatro oradores já tiverem falado e se houver pelo menos 257 parlamentares presentes, poderá ser votado requerimento para encerramento da discussão.
Encerrado o debate, a defesa de Temer volta a falar, desta vez por 10 minutos.
Com a presença de 51 parlamentares, a sessão poderá ser aberta.
A Ordem do Dia poderá ser iniciada com quórum de 52 deputados.