Na semana em que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) para abrir mais um inquérito contra o senador Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE), o ministro de Minas e Energia, Fernando Filho, saiu em defesa do pai.
Em entrevista à Rádio Jornal, nesta sexta-feira (28), afirmou que acredita que os processos contra ele serão arquivados.
O irmão dele, Miguel Coelho, prefeito de Petrolina pelo PSB, também já havia defendido o pai. “Temos plena confiança em quem é Fernando Bezerra”, disse em entrevista ao Resenha Política um mês após o senador ter sido denunciado à Corte, acusado de receber pelo menos R$ 41,5 milhões das empreiteiras Queiroz Galvão, OAS e Camargo Corrêa.
Todas foram contratadas pela Petrobras para as obras da Refinaria Abreu e Lima quando o socialista era secretário de Desenvolvimento Econômico do governo Eduardo Campos.
Fernando Bezerra Coelho também é suspeito de ter recebido da Odebrecht R$ 200 mil em vantagens indevidas para a campanha de 2010.
O ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo, já autorizou a investigação.
O caso dessa semana também foi por causa das delações da Odebrecht.
O senador foi citado por delatores, acusado por eles de ter recebido propina de três empreiteiras por contratos para as obras do Cais V e do Píer Petroleiro no Porto de Suape, do qual era presidente na época.
Ao pedir a instauração do novo inquérito, Janot também solicitou a realização de novos depoimentos dos delatores e que o senador seja ouvido para apresentar sua versão dos fatos.
O socialista ainda foi citado por ex-executivos da Odebrecht em outro caso que não teve o inquérito aberto ainda.
Delatores afirmaram que Fernando Bezerra Coelho teria recebido R$ 1 milhão da empreiteira para a sua campanha de 2014, através de caixa dois.
O valor seria uma contrapartida para que a Odebrecht ficasse com o lote 4 das obras do Canal do Sertão Alagoano.
O senador foi ministro da Integração Nacional, pasta responsável pelo projeto.