Em entrevista ao jornal Folha de S.

Paulo, o procurador da República Carlos Fernando dos Santos Lima, da força-tarefa da Operação Lava Jato, afirmou que seus objetivos são defender a operação de ameaças e inspirar procuradores a combater a corrupção Brasil afora.

Ele também disse que não se preocupa com quem o acusa de perder a isenção de investigador ao se manifestar tão abertamente.

O procurador foi quem adotou a hashtag #quemnaodevenaoTemer e aderiu a frases motivaconais como “vamos acreditar que podemos ser livres, que podemos escolher pessoas íntegras, que existe esperança”.

Ainda na entrevista ele ainda criticou pontos da delação fechada com a JBS, defendeu as condenações com base em indícios e afirma que a Lava Jato, em Curitiba, está chegando em seu ciclo final.

Ainda sobre a delação do dono do grupo JBS, Joesley Batista, Lima afirmou que o acordo da delação é “muito mal compreendido” pela população.

Em três anos e meio após o início da operação, o procurador dá sinais de cansaço.

Planeja se aposentar e passar a advogar na área de compliance.

Diz que se viciou no seriado “Game of Thrones”, mas não pretende assistir ao filme “Polícia Federal, a Lei é para Todos”, que conta a história da Operação Lava Jato e que estreia em setembro. “Aqui no Paraná está na meia idade caminhando para a velhice.

As investigações acabam por dois motivos: porque o assunto se esgotou ou porque não existem recursos mais para você trabalhar.

Creio qe temos os dois fenômenos.

Estamos caminhando para o esgotamento do assunto Petrobras.

Mas também estamos sofrendo com falta de recursos.

Estamos ficando velhos e com reumatismo”, disse.

Linda declarou que a relação atual entre a Polícia Federal e a Procuradoria está conturbada pelos limites de cada competência. “Procuramos deixar essas questões em segundo plano.

Quando há uma crise a gente chama uma reunião, sentamos e conversamos.

Infelizmente existem momentos em que você consegue superar isso.

Por exemplo, colaboração.

Nós entendemos que só o Ministério Público pode fazer acordos. É constitucional, não podemos abrir mão.