Cobrando reajuste salarial, servidores da Prefeitura do Recife entraram em greve nesta quinta-feira (27).
Em reunião no fim da manhã, a gestão ofereceu 2% de reajuste a partir de novembro, abaixo dos 14,77% reivindicados pelos profissionais, que não aceitaram a proposta.
Um protesto já foi realizado no início desta tarde em frente ao prédio da PCR, na área central da cidade, e outro foi marcado para a manhã desta sexta-feira (28), em que os manifestantes vão ao cemitério de Santo Amaro, também no Centro, para fazer um enterro simbólico do prefeito Geraldo Julio (PSB).
LEIA TAMBÉM » Após mais de 24 horas, professores deixam Prefeitura do Recife No caixão foi colado um adesivo que integrava o material de campanha e a foto do socialista.
O objeto já foi usado no protesto desta tarde, em que foram queimados pneus e o trânsito na Avenida Cais do Apolo foi bloqueado por cerca de uma hora.
O caixão também estava no térreo da prefeitura durante a reunião entre integrantes do movimento e representantes da gestão; lá, com um nariz de palhaço no rosto do prefeito.
Foto: Divulgação Na reunião, a gestão enfatizou que o Recife, assim como o restante do País, passa por um momento de crise econômica, impossibilitando o cumprimento da proposta dos servidores.
A ideia da prefeitura é de pagar o reajuste de 2% se o índice da Despesa Total com Pessoal chegar a 48%.
As despesas com pessoal chegaram a 49,45% do previsto no primeiro quadrimestre do ano, estando no limite de alerta da Lei de Responsabilidade Fiscal.
Os servidores consideraram que a sugestão não é “concreta” e mantiveram a reivindicação de reajuste de 14,77% para quem recebeu 5% no ano passado e 20,51% para quem não recebeu, com valores retroativos a janeiro deste ano, data-base da categoria.
O sindicato - Sindsepre - afirma que, sem o reajuste, seriam dois anos sem aumento salarial.
Em nota, a prefeitura afirma que o reajuste acumulado desde 2012, quando Geraldo Julio assumiu a prefeitura, chegou a 47,41%, enquanto a inflação foi de 34,23%.
Foto: Divulgação “A Prefeitura do Recife reforça o cenário adverso pelo qual passam estados e municípios em todo o Brasil, com capitais e estados do Sul e Sudeste não conseguindo cumprir seus compromissos com a folha de pagamento.
No Recife, o salário dos servidores é pago em dia, dentro do mês trabalhado, graças a muito esforço de gestão no controle das receitas e despesas da prefeitura”, diz a nota da gestão.
A prefeitura também propôs um reajuste de 12,9% no auxílio-alimentação, elevando o benefício de R$ 15,50 para R$ 17,50 por dia.
O pedido da categoria é de o valor passe para R$ 20.
A greve atinge todas as secretarias, incluindo as áreas de finanças, controle urbano, fiscalização, e de farmácias e creches, além das autarquias municipais: URB (Autarquia de Urbanização do Recife), Emlurb (Empresa de Manutenção e Limpeza Urbana), Csurb (Companhia de Serviços Urbanos do Recife), CTTU (Companhia de Trânsito e Transporte Urbano) e Fundação de Cultura.