O procurador geral do Ministério Público de Contas de Pernambuco (MPCO), Cristiano Pimentel, fez críticas e alertas sobre a atuação de consórcios municipais no Estado.
A manifestação do representante do MP ocorreu na palestra de abertura no Encontro Nacional de Consórcios Públicos do Nordeste, evento inserido na programação do IV Congresso Pernambucano de Municípios, nesta quarta-feira (26), promovido pela Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe).
Segundo o procurador, os municípios estarem vinculados a algum consórcio não os desobrigam de cumprir as várias exigências legais. “Muitos prefeitos estão achando que, ao se associar a um consórcio municipal, poderão ficar à margem da lei federal de licitações e das normas de contabilidade pública.
O TCE e o Ministério Público irão fiscalizar isso.
Os prefeitos poderão ser pessoalmente punidos em caso de irregularidades”, disse Cristiano Pimentel.
Consórcios municipais são parcerias entre prefeituras para a realização de ações conjuntas, incrementando a qualidade dos serviços públicos prestados à população.
Surgiram como forma de superar o isolamento de municípios em saneamento, instalação de energia elétrica, construção de estradas e atividades relacionadas à saúde pública.
A formação de consórcios municipais é autorizada em lei federal.
Em Pernambuco, operam 12 consórcios de municípios, em áreas como medicamentos, saúde, limpeza urbana, aterro sanitário e mão-de-obra.
De acordo com o procurador, os consórcios públicos municipais estão submetidos ao que dispõe a Lei de Responsabilidade Fiscal e as Normas de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público (expedidas pelo Conselho Federal de Contabilidade).
Segundo o representando do MPCO, hoje alguns consórcios se limitam a trabalhar como intermediários de prefeituras em variados tipos de atividade, com um contrato diferente em cada município. “Não há ganho de escala ou de produtividade, como é o papel ideal do consórcio, nestes casos”, alertou o procurador.
Outra questão colocada por Cristiano Pimentel, foi o uso de consórcios para fazer simples terceirização de mão-de-obra, inclusive na área de saúde. “O TCE vê com preocupação alguns municípios entregarem toda a saúde do ente para gestão de um consórcio.
A questão precisa passar por um debate mais amplo, entre prefeitos e TCE”, disse o procurador.
O MPCO sugeriu que a Amupe fizesse um grupo de trabalho para debater estas questões com o TCE.