Com alarde, como sempre, houve mais uma “confusão” interna no PSOL de Pernambuco.
O vereador Ivan Moraes, representante da legenda na Câmara do Recife, compartilhou uma publicação do partido, respondendo a uma declaração de Lula, de que o PSOL é um partido dado à “frescuras”.
O que rendeu a confusão interna contra Ivan foi a primeira “frescura” ser o PSOL não receber “propina” da Odebrecht.
Como o Blog de Jamildo revelou em primeira mão, virando depois mídia nacional nos principais jornais impressos e sites do país, o ex-deputado Paulo Rubem Santiago comemorou a divulgação da lista da Odebrecht, em abril deste ano, atacando políticos pernambucanos citados.
Os ataques de Paulo Rubem duraram até ele ser alertado por internautas, horas depois, que seu nome também estava na lista de “propinas” da Odebrecht.
A publicação de Ivan Moraes, em sua rede social, foi interpretada no partido como uma “indireta” para Paulo Rubem Santiago.
A militante Arthemisia Santiago, sem “indiretas” e na mesma postagem, acusou Ivan Moares de usar o episódio. “Uma lástima que a primeira frescura repita acusações que ainda nem foram confirmadas; ao contrário, a Polícia Federal está tendo dificuldades em comprovar várias das acusações da Odebrecht.
Essa frescura está mais para Datena do que para de um partido político”, disse Arthemisia.
Ivan Moraes tentou remediar a situação. “Nesse post, não tem nenhuma acusação a ninguém”, disse Ivan.
A explicação de Ivan não foi bem recebida. “Resposta com cinismo é o pior”, lembrou o internauta Felipe Pimentel, sobre a tentativa de justificativa do vereador do PSOL.
O ministro Fachin, na petição 6688, esclareceu sobre o que Paulo Rubem foi delatado pelos executivos da Odebrecht. “Trata-se de petição instaurada com lastro nas declarações dos colaboradores João Antônio Pacífico Júnior (Termo de Depoimento n. 41) e Benedicto Barbosa da Silva Júnior (Termo de Depoimento n. 52).
Segundo o Ministério Público, os colaboradores noticiam o aporte de R$ 76.000,00 (setenta e seis mil reais) à campanha do então candidato a Deputado Federal Paulo Rubem Santiago Ferreira, no ano de 2010.
Afirma que o referido valor foi transferido por meio do Setor de Operações Estruturadas e que há registro no Sistema Drousys”, diz o despacho do STF.
O setor de Operações Estruturadas, de onde supostamente Paulo Rubem teve sua campanha abastecida segundo os delatores, é o famoso “setor de propinas” da empreiteira.
Ao contrário de vários outros acusados, que só foram mencionados por um delator, Paulo Rubem foi delatado por dois executivos diferentes: João Antônio Pacífico Júnior e Benedicto Barbosa da Silva Júnior.
Segundo informações de bastidores, o deputado estadual Edilson Silva (PSOL) cogita lançar Paulo Rubem para ser candidato a governador de Pernambuco em 2018 pelo partido.
O objetivo de Edilson é evitar que outros nomes como Ivan Moraes e Áureo Cisneiros, também cogitados como candidatos, cresçam eleitoralmente e possam lhe fazer “sombra” no comando “absoluto” da legenda.
Em 18 de maio, o Blog de Jamildo revelou que Edilson queria fazer um “expurgo” de quem não estivesse apoiando ele no partido.
Em 31 de maio, as exonerações de comissionados do gabinete do deputado estadual foram publicadas, exatamente como o Blog tinha adiantado.
O Blog adiantou também, sendo confirmado por fontes internas do PSOL, que Edilson planeja uma intervenção da executiva nacional em Pernambuco, caso seu grupo perca as próximas eleições para o diretório estadual da legenda.
O objetivo de Edilson é se manter no comando “absoluto” do PSOL.