Estadão Conteúdo - Após elevar alíquotas de PIS/Cofins sobre combustíveis para cobrir o rombo no Orçamento, o governo avalia que uma nova alta de tributos está afastada “neste momento”, mas o próprio presidente Michel Temer (PMDB) diz que a equipe econômica ficará atenta a eventual necessidade.

Os ministros da Fazenda, Henrique Meirelles, e do Planejamento, Dyogo Oliveira, não descartaram novas altas de tributos daqui para a frente para que o governo cumpra a meta fiscal de déficit de R$ 139 bilhões, mas afirmaram que “neste momento” o aumento do PIS/Cofins sobre gasolina, diesel e etanol é suficiente.

LEIA TAMBÉM » ‘População vai entender’, diz Temer sobre aumento de impostos » Dilma diz que Temer só aumenta “impostos que o povo paga” » Após aumento de imposto, Fiesp ressuscita o pato na Paulista Antes de bater o martelo sobre o aumento feito nessa sexta-feira (21) por decreto, outras opções que estavam em discussão pelo governo envolviam IOF sobre câmbio ou operação de crédito e a Cide sobre combustíveis.

Na Argentina, o presidente Michel Temer buscou tranquilizar em relação à adoção de mais medidas impopulares.

Ele afirmou não haver previsão agora de mais aumento de tributos, mas ressaltou que a situação segue sendo monitorada. “Estamos atentos, a equipe econômica está atenta a isso apenas para esse aumento.

Não sei se haverá necessidade ou não, mas naturalmente haverá diálogo e observações sobre isso”. » OAB cobra ‘profissionalização’ do Estado no lugar de mais impostos » Dallagnol atribui alta de impostos à corrupção A consultoria Parallaxis estima que o Planalto vai ter que arrumar mais R$ 10 bilhões este ano para fechar as contas.

Para isso, o governo pode ter que fazer uma terceira rodada de contingenciamento, além de elevar mais impostos.

Entre as opções cogitadas pelos economistas está a Cide e o IOF.

Em meio ao desafio para fechar as contas e sob o risco de novas frustrações de receitas, o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, esquivou-se das perguntas sobre uma possível mudança da meta de não ultrapassar os R$ 139 bilhões de déficit neste ano. “Não me cabe conjecturar hipóteses para o futuro”, disse Oliveira. » Meirelles cochila durante discurso de Temer em encontro do Mercosul » Lula faz piada com cochilo de Meirelles: “Ninguém dormia” » Brasileiros já pagaram R$ 1,2 trilhão em imposto em 2017 O Palácio do Planalto sabe que uma mudança na meta a essa altura provocaria forte reação do mercado financeiro e suscitaria questionamentos sobre a condução da política econômica.

Mas economistas continuam prevendo déficits entre R$ 145 bilhões e R$ 155 bilhões para este ano, mesmo com as novas medidas e o corte adicional de R$ 5,9 bilhões anunciado anteontem.

Todo esse esforço do governo brasileiro mostra determinação em cumprir a meta fiscal este ano, mas o mercado gostaria de ver maior esforço para cortar gastos, avalia o economista-chefe do Goldman Sachs para a América Latina, Alberto Ramos. “O Brasil gasta uma enormidade e gasta muito mal”, disse ele. “A eficiência do gasto é muito baixa e o custo para a sociedade de financiar essa despesa é muito alto.”