O ex-deputado Beto Albuquerque (PSB-RS), candidato à vice-presidência pelo partido em 2014, criticou a aproximação dos socialistas insatisfeitos com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). “Estar no PSB e flertar com o DEM é uma esquizofrenia”, disse ao jornal Folha de S.
Paulo. “É preferível ter 10 deputados a menos, mas que não nos façam passar vergonha”, afirmou ainda ao jornal.
O objetivo de Maia ao buscar os insatisfeitos do PSB é aumentar a bancada do Democratas.
Estima-se que, atraindo os socialistas insatisfeitos e outros nomes, o Democratas chegue a ter quase 50 deputados e passe a ser a terceira maior – atrás de PMDB, que tem 62, e PT, com 58.
Hoje, o partido conta com 29 parlamentares e é o sétimo, com número de cadeiras menor do que o PSB, que tem 36.
A bancada ficou dividida depois que a executiva nacional do partido decidiu votar contra as reformas trabalhista e da Previdência, além de criticar o governo Michel Temer (PMDB), mesmo tendo um ministro, Fernando Filho, de Minas e Energia.
Estão nesse movimento cerca de dez socialistas, entre eles a líder Tereza Cristina, procurada tanto por Maia quanto por Temer para migrar para o DEM ou para o PMDB.
A conversa dela com o presidente até gerou um atrito entre os dois aliados, em um momento em que o peemedebista não quer perder a lealdade de Maia, a duas semanas da votação da denúncia contra ele por corrupção passiva.
Aliados dizem que o atrito já foi resolvido, mas chegou a respingar em Pernambuco.
Ambos viriam a Caruaru, onde Temer queria também agradar o ministro Bruno Araújo (Cidades), para minimizar os problemas com o PSDB.
A viagem foi cancelada para que Maia e o peemedebista não posassem juntos.
Temer não queria também estar ao lado de Paulo Câmara, que é vice-presidente nacional do PSB.