A ex-presidente Dilma Rousseff (PT) usou seu discurso em um evento da Fundação Perseu Abramo em João Pessoa, na Paraíba, neste sábado (22), para criticar Michel Temer (PMDB) e seus aliados. “A história está sendo implacável com os golpistas: Temer, Aécio e Cunha”, disse.

O peemedebista foi denunciado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, por corrupção passiva após as delações da JBS, que também levaram à investigação e ao afastamento do senador Aécio Neves (PSDB-MG), derrotado pela chapa Dilma-Temer em 2014.

O ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) está preso desde outubro de 2016 e foi condenado no âmbito da Operação Lava Jato.

Dilma ainda afirmou que o governo Temer “riscou os pobres do orçamento e a população das decisões” e voltou a se dizer vítima de um golpe com o impeachment.

Um dia depois de a Polícia Federal indicar ao Supremo Tribunal Federal (STF) que o senador Romero Jucá (PMDB-RR) não cometeu obstrução de Justiça na investigação da gravação feita pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, Dilma afirmou que as evidências do “golpe” começaram ali.

A poucos dias do impeachment, Jucá aparece afirmando que era preciso “mudar o governo para estancar a sangria” e indicando Temer como solução. “Implicava em garantir que todas as investigações só atingissem ao PT, ao Lula, a mim ou a alguns poucos e livrasse a descoberta de crimes de todos os golpistas”, afirmou a petista. “Mas tem uma razão que para mim é estratégica, que é a questão fundamental de enquadrar o Brasil econômica, social e geopoliticamente ao neoliberalismo.”