O ex-presidente Lula (PT), em entrevista a uma rádio de São Paulo nesta terça-feira (18), voltou a defender a sua candidatura à presidência em 2018 e se dizer vítima de um processo político. “Não vou permitir, depois de 70 e poucos anos de vida, que meia dúzia de jovens mal intencionados venham tentar jogar minha imagem na lama”, disse. “O juiz Moro não pode continuar se comportando como um czar”, afirmou ainda, acusando o magistrado de cercear a sua defesa.
Para Lula, ao condená-lo, o juiz Sérgio Moro agiu politicamente. “Nesse processo a única coisa que foi levada em conta foi a necessidade de prestar serviço a quem não quer que Lula dispute”, falou.
O petista ainda defende que o processo é baseado em “mentiras”.
LEIA TAMBÉM » PT de Pernambuco defende Lula e quer ex-presidente na propaganda » Centrais sindicais fazem ato em defesa de Lula na próxima quinta no Recife Lula foi condenado na semana passada a nove anos e seis meses de prisão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, no âmbito da Operação Lava Jato.
Alvo de mais quatro processos, o que o levou à sentença foi o do caso triplex, em que teria recebido vantagens indevidas da empreiteira OAS através de um apartamento no Guarujá, no litoral de São Paulo.
Lula ainda voltou a se colocar como pré-candidato pelo PT novamente à presidência. “Eles estão julgando na verdade meu mandato de oito anos e eu quero defender meu mandato”, afirmou. “Neste momento, a gente não deveria estar discutindo o processo contra Lula, e sim os problemas graves do Brasil.” O petista disse ainda ter “convicção de consertar o País” e avaliou erros da gestão da aliada Dilma Rousseff (PT).
Para ele, um equívoco do governo foi fazer R$ 548 bi em desonerações sem calcular que isso representaria uma menor arrecadação. “O outro erro foi que nós tivemos um presidente da Câmara (Eduardo Cunha, hoje preso na Lava Jato) que trabalhava contra o governo Dilma para que ele não desse certo.”