O presidente Michel Temer (PMDB) adiou a visita a Caruaru, no Agreste pernambucano, para o dia 25 de julho.

O peemedebista iria fazer um gesto ao ministro das Cidades, Bruno Araújo, do PSDB, e entregaria o primeiro Cartão Reforma do País ao seu lado.

De acordo com ministro, o motivo foi que o Gabinete de Segurança Institucional não conseguiu viabilizar a logística a tempo para que a solenidade fosse nesta quarta-feira (18).

LEIA TAMBÉM » Temer vem a Caruaru para apaziguar PSDB » Temer e Maia vão a Caruaru para entrega do Cartão Reforma O cargo de Bruno Araújo é cobiçado pelo ‘Centrão’ em meio à discussão sobre a denúncia contra Michel Temer (PMDB) na Câmara.

O gesto do Planalto tem por objetivo pacificar a relação com o PSDB e garantir os votos que ainda têm do partido, mesmo com as dissidências, para barrar no plenário a denúncia.

Da semana passada para cá, Temer se reuniu com Araújo pelo menos três vezes.

O ministro tem ajudado a contornar problemas em várias alas do partido, que defendem o desembarque do governo Temer.

Só entre as legendas que fecharam questão a favor do presidente – PP, PSD, PMDB, PRB e PR – o governo tem 207 votos.

Para barrar a denúncia no plenário, Temer precisa de 172 votos.

Hoje a conta está entre 250 e 260 parlamentares, podendo alcançar a marca de 330.

Cartão Reforma A solenidade com Temer seria para a entrega do primeiro Cartão Reforma do País, em Caruaru, cidade onde a prefeita é Raquel Lyra, aliada de Bruno Araújo e também do PSDB.

Têm direito ao benefício as famílias com renda de até três salários mínimos, o que equivale a R$ 2,8 mil.

O benefício é de uma média de R$ 5 mil para reparos em casa, mas pode chegar até o teto de R$ 9 mil.

De acordo com o programa, a mão de obra é responsabilidade das famílias, que contarão com assistência técnica paga pelo governo federal e gerida por estados e municípios para o planejamento das reformas.

Outras visitas Estava prevista ainda pelo governador Paulo Câmara (PSB) uma viagem de Temer a Pernambuco para devolver a autonomia do Porto de Suape ao governo estadual.

O presidente havia marcado uma visita ao Estado para 27 de abril, mas desistiu dois dias antes para concentrar os esforços em Brasília por causa da votação da reforma trabalhista.

Além disso, o clima não estava bom com o PSB, que fechou questão contra a proposta do governo, apesar de ter a pasta de Minas e Energia, com Fernando Filho, e acabou rachando a bancada.

O peemedebista, então, programou a agenda para finalmente assinar a autonomia de Suape no dia 19 de maio.

Dois dias antes, porém, foram divulgadas as gravações do empresário Joesley Batista, da JBS, dando início a uma crise política que o governo tenta superar até hoje.

Esta é a quinta viagem de Temer a Pernambuco em um ano no cargo.

A última vez foi no fim de maio, quando enchentes deixaram mais de 30 municípios em estado de emergência.

As anteriores foram todas para a transposição do Rio São Francisco.

No dia 10 de março, ele foi às cidades de Sertânia, no Sertão pernambucano, e Monteiro e Campina Grande, na Paraíba, para entregar o eixo leste.