Com a rejeição do parecer de Sergio Zveiter (PMDB-RJ), um novo relator foi escolhido para a denúncia contra o presidente Michel Temer (PMDB). É Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG), que criticou as acusações do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, contra Temer.
Dos cinco votos tucanos, apenas dois foram contrários à admissibilidade da investigação.
Para ele a denúncia é imprecisa. “A prova do ilícito não se alcança por dedução: é necessário demonstrar, acima de qualquer dúvida razoável, a conduta criminosa, descrevendo-a objetivamente, de forma a individualizar com clareza a autoria do ilícito”, argumentou.
O tucano também questionou o áudio gravado pelo empresário Joesley Batista, que levou à denúncia.
Na conversa, Temer estaria negociando a compra do silêncio do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ). “Qual é a idoneidade?”, questionou.
LEIA TAMBÉM » Veja como votaram os deputados na denúncia contra Temer » CCJ rejeita relatório que pedia investigação da denúncia contra Temer A denúncia está baseada nas investigações iniciadas com o acordo de delação premiada da JBS, de Batista.
O ex-deputado federal Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) também foi denunciado pelo procurador pelo mesmo crime.
Loures, ex-assessor de Temer, foi preso dois meses depois de ter sido flagrado recebendo uma mala contendo R$ 500 mil que seria de propina e, para os procuradores, seria para o presidente, que nega. “Não há os fundamentos necessários fundamentais”, disse ainda na reunião da comissão dessa quarta-feira (12). “Houve uma tentativa de criar um processo de desestabilização do chefe de Estado através de uma ação controlada pela Polícia Federal e do Ministério Público Federal tentando extrair do presidente algo que lhe comprometesse.”