O presidente Michel Temer (PMDB) já gastou em 2017 R$ 100 milhões com campanha publicitária para defender uma das principais reformas do seu governo, da Previdência.
De acordo com o portal UOL, o valor é quase dez vezes maior do que o orçamento previsto para a campanha.
Os dados podem ser conferidos no portal da Lei de Acesso à Informação (LAI) do Ministério da Transparência, Fiscalização e Controle.
A reforma, que ainda tramita no Congresso Nacional e tem baixa popularidade na sociedade, é defendida pelo governo peemedebista como essencial para diminuir parte do rombo nas contas públicas.
A equipe econômica do governo estimou o déficit previdenciário sobre R$ 149 bilhões, o maior desde 1995.
Por causa da polêmica envolvendo as mudanças propostas pelo governo, como o estabelecimento de uma idade mínima para aposentadoria, o Planalto dedicou boa parte do orçamento destinado a ações de utilidade pública para a campanha sobre a reforma da Previdência.
Foto: Reprodução O dinheiro gasto entre janeiro e junho de 2017 com a publicidade sobre a reforma é o equivalente a 55% de todo o orçamento para campanhas publicitárias do governo neste ano.
O orlamento previsto pela Secretaria de Comunicação da Presidência da República (Secom) para 2017 era de R$ 180 milhões. É também maior que os gastos do governo com programas sociais como os que preveem a defesa dos direitos das mulheres.
Com dados disponibilizados pelo governo em atendimento a um pedido de acesso à informação na LAI, inicialmente, a campanha estava prevista para custar R$ 13 milhões.
Entretanto, dados atualizados mostram que apenas entre janeiro e junho deste ano, foram gastos R$ 100,06 milhões.
Veja os meios que mais receberam recursos do governo: TV: R$57,4 milhões Rádio: R$19,3 milhões Mídia exterior: R$ 10,7 milhões Internet: R$ 4,9 milhões Jornal: R$ 4,5 milhões Revistas: R$ 3,08 milhões Os dados disponibilizados pelo governo não permitem verificar quais foram os principais veículos beneficiários das verbas.
O valor é quase cinco vezes maior que o custo da campanha vinculada em 2016 durante o processo que terminou na aprovação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) do teto dos gastos públicos.
Naquela ocasião, o governo gastou R$ 17 milhões em publicidade sobre a outra medida, que também foi polêmica e muito defendida pelo governo.
Esse dado foi encaminhado para o portal UOL após um perdido de acesso a informação via LAI ao governo.
Comparando os gastos do governo, a publicidade também é superior a gastos em programas sociais como os relacionados à defesa dos diretos da mulher, por exemplo.
De acordo com dados do Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi), os setes programas governamentais destinados a isso consumiram R$ 28 milhões ente janeiro e junho de 2017.