Estadão Conteúdo- O líder do PT no Senado, Lindbergh Farias (RJ), acusou a presidência da Casa de estar arrumando o auditório Petrônio Portela para transferir a votação da Reforma Trabalhista para o local.

A sessão para apreciação da proposta foi suspensa no início da tarde desta terça-feira, 11, após parlamentares da oposição ocuparem a cadeira da presidência da Casa no plenário e se recusarem a deixar a mesa há mais de uma hora.

Para Lindbergh, esta opção apenas vai “radicalizar” mais a situação e o caminho adotado deveria ser o da negociação.

Sob rumores de que a votação será transferida para o auditório, um grupo de cerca de 20 trabalhadores e sindicalistas estava concentrado por volta das 13h30 no local como forma de protesto.

Apesar de a visitação estar proibida nesta terça no Congresso, os manifestantes conseguiram entrar para participar de uma reunião da Comissão de Direitos Humanos (CDH) mais cedo.

A oposição quer negociar para que seja liberada a presença de manifestantes nas galerias do plenário durante a votação.

Um cordão de isolamento foi feito próximo ao auditório pela Polícia Legislativa e a imprensa está proibida de entrar no local.

Manifestantes pediam a entrada dos jornalistas e gritavam contra o governo do presidente Michel Temer e contra a reforma.

Senadores da base do governo acusaram a oposição de desrespeito ao ocupar a Mesa Diretora do plenário do Senado, impedindo a votação do projeto que trata da reforma trabalhista.

Desde o início da sessão, senadoras como Gleisi Hoffmann (PT-PR), Lídice da Mata (PSB-BA) e Fátima Bezerra (PT-RN) ocupam as cadeiras reservadas ao presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), e os demais integrantes da direção do Senado. “Isso é uma forma desrespeitosa de tratar o Senado, mas cada um é responsável pelos seus atos”, afirmou o líder do governo na Casa, Romero Jucá (PMDB-RR).

Seu parecer sobre a reforma, aprovado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) na semana passada, seria apreciado nesta terça-feira, 11, no plenário.

Após ser impedido de ocupar sua cadeira, Eunício deixou o plenário declarando que a sessão para votação da reforma trabalhista será retomada “quando a ditadura deixar”.

Inicialmente, ele proibiu o acesso da imprensa e de assessores parlamentares ao plenário e determinou que as luzes fossem apagadas e o som dos microfones cortados.

Pouco depois, a imprensa pôde voltar ao plenário, que continuou no escuro. “Isso não é protesto.

Isso é avacalhação.

Será votado hoje, de uma forma ou de outra será votado”, afirmou Cássio Cunha Lima (PSDB-CE).

A possibilidade é que a sessão seja transferida para outro local do Congresso, como o plenário da Câmara ou um auditório em um dos anexos da Casa. “No momento em que um grupo de senadoras, mulheres, impedem funcionamento do Congresso considero que estão praticando ato muito grave contra a instituição”, disse o líder do PSDB, senador Paulo Bauer (SC). “O Senado tem de debater uma reforma dessa magnitude, que envolve todos os trabalhadores. É no mínimo querer fazer as coisas às escuras.

Que se reabra o debate”, defendeu o senador Telmário Mota (PTB-RO).

Com informações da Agência Senado