Do Blog de Jamildo, com Agência Senado e Estadão Conteúdo Tentando retomar a votação da reforma trabalhista, senadores da base aliada de Michel Temer (PMDB) e da oposição estão reunidos há duas horas para negociar o fim do protesto que levou ao encerramento da sessão.

Com a Mesa Diretora ocupada por senadoras contrárias à proposta, o presidente da Casa, Eunício Oliveira (PMDB-CE), interrompeu os trabalhos e desligou o som e a energia no plenário até que a sua cadeira fosse desocupada por Fátima Bezerra (PT-RN).

Jader Barbalho (PMDB-PA) lidera a tentativa de acordo pelos governistas e afirmou que a condição pedida pela oposição para a retomada da sessão é a aprovação de um destaque sobre o trabalho insalubre de grávidas e lactantes.

Ao todo, a bancada apresentou 33 destaques.

A reunião é no gabinete de Eunício Oliveira.

Os senadores entraram em consenso sobre dois pontos: as galerias serão abertas para os manifestantes e todos os parlamentares que quiserem a palavra poderão fazer pronunciamentos no plenário.

Se esse destaque for aprovado pelo plenário, acontece o que o governo não queria: a reforma trabalhista terá de voltar para a Câmara dos Deputados, o que atrasará a tramitação do projeto.

O combinado no Senado foi de que os parlamentares não alterariam o projeto e indicariam mudanças que seriam feitas pelo próprio Michel Temer através de vetos e de uma Medida Provisória.

LEIA TAMBÉM » Entenda o que pode mudar com a reforma trabalhista em votação no Senado » Humberto Costa pede pressão para senadores rejeitarem reforma trabalhista » Cármen Lúcia nega ação do PT e mantém reforma trabalhista Entre as mudanças previstas está a que é pedida pelas senadoras que ocupam a Mesa Diretora.

Os senadores querem que seja exigido um atestado do médico do trabalho assegurando não haver riscos à saúde para que isso aconteça.

A oposição reclama do voto de confiança que teria que dar a Michel Temer - Humberto Costa (PT-PE), líder da bancada, chegou a afirmar que só a ‘Velhinha de Taubaté’, personagem crédula de Luís Fernando Veríssimo, acredita no presidente.

Além disso, a medida foi criticada por Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) na sessão da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) que aprovou a reforma trabalhista, alegando que o médico do trabalho é contratado pela empresa e não teria credibilidade para dar a autorização para que as gestantes voltassem às atividades.

Governistas irritados A manobra da oposição para atrasar a votação da reforma trabalhista causou irritação à base de Temer.

Eles classificaram a atitude de inadmissível e alegaram tratar-se de um atentado à democracia.

O líder do governo, Romero Jucá (PMDB-RR), disse estar presenciando um desrespeito ao Senado; o 1º-vice-presidente, Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), classificou o ato de “avacalhação”; e o senador José Medeiros (PSD-MT) informou que entraria com uma representação no Conselho de Ética. “Elas acharam que isso aqui é um circo num momento sério.

Não podemos ficar com o país parado.

Não tenho dúvida de que alguma penalidade deve haver.

Olha o exemplo que estão dando para as demais casas legislativas.

Essa é a democracia do PT.

Democracia pressupõe respeito às leis, decisão pelo voto e como viram que iam perder, estão fazendo isso”, afirmou Medeiros.

Irônico, o senador Cristovam Buarque (PPS-DF) afirmou que só tinha visto algo parecido numa reunião da União Nacional dos Estudantes (UNE).

Na opinião dele, as parlamentares perderam o senso da responsabilidade e do ridículo. » Placar da reforma trabalhista fica mais apertado » Por 46 a 19, Senado aprova urgência da reforma trabalhista » Armando articula que mudanças na reforma trabalhista fiquem para Temer.

Humberto não confia Foto: Roque de Sá/Agência Senado - Foto: Roque de Sá/Agência Senado Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado - Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado - Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado - Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado - Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado - Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado - Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado Já o líder do PT, Lindbergh Farias (PT-RJ), amenizou a situação. “Acho um gesto político apropriado, correto neste momento, porque o Senado está abrindo mão da sua função.

Isso aqui é Casa revisora.

E o Senado simplesmente está dizendo que vai votar o mesmo projeto da Câmara porque está acreditando no veto do Temer em cima de oito temas.

Como vetar se o Temer pode nem ser mais presidente da República?

Não existe diálogo aqui que não seja pelo restabelecimento do papel do Senado, de funcionar como Casa revisora”, afirmou. “Qual a urgência de votar isso hoje?

Podemos discutir mais um ou dois meses.

Por que não fazer as coisas direito?”, questionou o também petista Jorge Viana (AC), que tentou um acordo para que as aliadas desocupassem o Plenário. » CCJ do Senado aprova reforma trabalhista após denúncia de Temer » Após derrota, Temer diz que decisão sobre reforma trabalhista é no plenário » Veja como votaram os deputados pernambucanos na reforma trabalhista Kátia Abreu (PMDB-TO) lembrou que o Congresso está a três dias do recesso e defendeu que a reforma trabalhista volte à pauta em agosto. “Isso é uma aberração.

Eu sou reformista.

Eu acredito nas reformas.

Agora, nessas condições?

Servindo a quem?

Estou sendo usada.

Me sinto uma inocente útil.

A quem estou servindo em votar com tanta pressa?

Tem oito pontos dos quais eu discordo radicalmente.

Por que o Senado não pode votar?

Aproveitamos essa oportunidade, votamos as emendas.

Ganhou, ganhou, perdeu, perdeu.” Mesmo ainda tendo tempo até o fim do recesso, o Senado tem um calendário apertado porque, até lar, quer sabatinar a indicada por Temer para o lugar de Rodrigo Janot na Procuradoria-Geral da República (PGR), Raquel Dodge, e votar a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2018.

Saiba o que prevê a reforma trabalhista