A senadora Fátima Bezerra (PT-RN) foi a última senadora a deixar a Mesa para que a apreciação da reforma trabalhista possa ocorrer.

O acordo foi para que o presidente Eunício Oliveira permitisse o encaminhamento da votação.

Tudo isto após mais de seis horas de suspensão da votação da reforma trabalhista, O presidente Eunício Oliveira reinicia sessão para votação ainda há pouco e abriu a votação do projeto.

Aos jornalistas, o presidente do Senado, Eunício Oliveira, não deixou de reclamar pelo papelão das mulheres. “Nem a ditadura militar ousou ocupar a Mesa do Congresso”. “Gesto antiparlamentar” Para Cristovam Buarque, a atitude da oposição foi “um gesto antiparlamentar, antidemocrático”.

Ele disse só ter visto esse tipo de ato em assembleias estudantis.

O senador acrescentou que, no Parlamento, os impasses devem ser resolvidos com conversas, diálogos, discursos e negociações.

Alvaro Dias também não aprovou a atitude das senadoras.

Para ele, foi um “lamentável espetáculo de arrogância, de prepotência, de truculência, de ausência de inteligência”. — O contraponto sempre é salutar, a possibilidade de contestar, de protestar e de tentar aprimorar com sugestões a legislação é saudável.

Agora, isso que se faz aqui hoje é violência, é prepotência, é ausência de educação política.

Isso faz muito mal a esta instituição, uma instituição já desgastada, que agora sofre o impacto da descompostura de senadores que não estão preparados para o exercício da democracia — afirmou Alvaro.

Mais cedo, o senador José Medeiros (PSD-MT) chegou a protocolar (11) no Conselho de Ética uma ação por quebra de decoro contra as senadoras de oposição que protestam no plenário e impediam a votação.

O documento tem 15 assinaturas.

LEIA TAMBÉM » Base e oposição negociam mudança na reforma trabalhista para retomar votação Com Fátima Bezerra (PT-RN) na cadeira do presidente, Eunício Oliveira (PMDB-CE) suspendeu a reunião ao meio-dia, uma hora depois de começar.

Duas horas, depois, tentando retomar a votação, senadores da base aliada de Michel Temer (PMDB) e da oposição se reuniram no gabinete do peemedebista para negociar o fim do protesto.

As luzes e o som do plenário ficaram desligados por mais de quatro horas.

Jader Barbalho (PMDB-PA) lidera a tentativa de acordo pelos governistas e afirmou que a condição pedida pela oposição para a retomada da sessão é a aprovação de um destaque sobre o trabalho insalubre de grávidas e lactantes.

Ao todo, a bancada apresentou 33 destaques.

Os senadores entraram em consenso sobre dois pontos: as galerias serão abertas para os manifestantes e todos os parlamentares que quiserem a palavra poderão fazer pronunciamentos no plenário.

O restante, porém, segue em impasse. » Entenda o que pode mudar com a reforma trabalhista em votação no Senado » Por 46 a 19, Senado aprova urgência da reforma trabalhista » Cármen Lúcia nega ação do PT e mantém reforma trabalhista Se o destaque pedido pelas oposicionistas for aprovado pelo plenário, acontece o que o governo não queria: a reforma trabalhista terá de voltar para a Câmara dos Deputados, o que atrasará a tramitação do projeto.

O combinado no Senado foi de que os parlamentares não alterariam o projeto e indicariam mudanças que seriam feitas pelo próprio Michel Temer através de vetos e de uma Medida Provisória. 1/7 Foto: Roque de Sá/Agência Senado 2/7 Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado 3/7 Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado 4/7 Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado 5/7 Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado 6/7 Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado 7/7 Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado