Estadão Conteúdo - O deputado Sergio Zveiter (PMDB-RJ), relator da denúncia contra o presidente Michel Temer (PMDB), minimizou qualquer tipo de retaliação que possa vir a sofrer de seu partido por ter apresentado um parecer favorável à admissibilidade do pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR). “Se eles me expulsarem, vai ser problema deles e não meu”, rebateu. “Eu faço parte de uma ala de um PMDB independente.
Então, se fazer parte de um PMDB independente é querer um País melhor, eu me sinto digno de fazer parte disso”, complementou.
Zveiter contou também que, após ler seu parecer, foi hostilizado por colegas do partido, como o vice-líder do governo na Câmara, deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS), e o deputado Mauro Pereira (PMDB-RS).
Zveiter acusou Perondi de chamá-lo de “promotor” de forma irônica. “Eu falei para ele deixar de ser moleque”, explicou o relator.
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O vice-líder do governo na Câmara, Beto Mansur (PRB-SP), disse que Zveiter “rasgou” o diploma e concluiu que o voto foi “muito fraco”.
Mansur acusou a oposição de usar uma denúncia sem comprovação de fatos para fazer disputa política e partir para o revanchismo. “A oposição quer dar o troco no impeachment da presidente Dilma Rousseff”, afirmou.
A base aliada conta com a produção de um voto em separado contra a denúncia para ser aprovado como substitutivo e ser levado ao plenário.
Ao trocar 13 membros da comissão (sendo oito titulares), os aliados afirmam que terão 39 ou 40 votos contra a denúncia.
E, se forem detectados potenciais votos contrários, as trocas continuarão.