Nesta segunda-feira (10), representantes do setor industrial irão apresentar e detalhar para diretoria da Agência Nacional de Águas (ANA), proposta sobre as regras de restrição de uso da água na Bacia do Rio São Francisco.

A abertura do diálogo foi uma conquista do setor produtivo, através da CNI e federações dos estados banhados pelo rio, após manifestação de empresários sobre as a dificuldade em atender as exigências impostas por meio da Resolução ANA Nº 1.043, de 19 de junho de 2017, que proíbe as captações nas águas do manancial nas quartas-feiras.

Além disso, mesmo com o processo de negociação em andamento, a Agência estendeu prazo para captação das águas até o dia 19 de julho.

Desta forma, as empresas poderão fazer uso da água sem irregularidades, enquanto fazem a adaptação para o racionamento preventivo.

Para atenuar os problemas decorrentes da estiagem prolongada na Bacia do Rio São Francisco, sem causar prejuízo no setor industrial, os empresários dizem que já vêm reduzindo seu consumo específico de água, aumentando a recirculação e o reuso de água e mantendo os níveis de produção.

Segundo os empresários, a interrupção da captação durante 24 horas para indústrias de fluxo contínuo se reveste de uma complexidade operacional grande, acarretando a paralização das atividades entre dois e três dias, em média.

Os prejuízos, além do volume de produção, impactam o recolhimento de tributos nos municípios, estados e União e sua consequente repercussão nos níveis de emprego e renda da região.

A proposta é que a partir de um prazo de 60 dias, o volume de captação seja reduzido em 14% todos os dias, o equivalente a um dia de retirada, substituindo a regra atual da ANA de interrupção de 24 horas para o racionamento.

De acordo com o presidente do Conselho Temático de Meio Ambiente da FIEPE, Anísio Coêlho, a reunião com a Agência Nacional de Águas será importante para construção de alternativas que possam beneficiar os atores estratégicos e proporcionar ganhos efetivos para a bacia hidrográfica, levando em consideração os aspectos ambientais e socioeconômicos da região.

Participam da reunião na ANA, em Brasília, representantes da Federação das Indústrias do Estado Pernambuco (FIEPE), Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG), Federação das Indústrias do Estado de Bahia (FIEBA), Federação das Indústrias do Estado de Goiás (FIEG), Instituto Brasileiro de Mineração, Sindicado das Industrias de Extração Mineral de Minas Gerais e Confederação Nacional da Indústria (CNI).