Sem alarde, o promotor do Ministério Público do Estado (MPPE) Ricardo Coelho revelou, em uma rede social, ter sido alvo de pressões de “deputados, vereadores e de secretários de Estado”, que, segundo o representante do MPPE, diziam falar em nome de “um governador”, para influenciar na desistência de “ação civil pública visando obrigar empresas a instalar ar condicionado nos ônibus do Recife”.

Em consulta ao TJPE, o Blog não conseguiu localizar a época em que foi proposta a citada ação civil pública.

Assim, não é possível identificar qual seria o “governador” objeto da referência do promotor em sua rede social.

Também não há indicação de quem seriam os deputados, vereadores e secretários que teriam ligado para o promotor, para fazer a alegada “pressão”.

Em sua manifestação, Ricardo Coelho atribui esta “pressão” ao “entrelace das empresas com o poder político”.

Os comentários de Ricardo Coelho foram para repercutir a notícia dos 128 milhões de reais de “propina”, supostamente recebidos pelo ex-governador Sérgio Cabral (PMDB), como revelado pela Operação Ponto Final deflagrada pela Polícia Federal e MPF.

A Operação acusa o ex-governador do Rio de receber propina das empresas de ônibus e até supostas “bonificações” quando aumentava o preço das passagens.

Na segunda-feira (3), a ação foi desencadeada e resultou na prisão de 10 pessoas ligadas ao transporte público no Rio. “Hoje podemos compreender melhor o estranho conluio e a essência da greve que segue em curso com a população sendo submetida a tarifas exorbitantes e condições sub-humanas no transporte publico”, destacou o promotor do MPPE.

Um jurista ouvido pelo Blog, sob reserva, comentou que a suposta “pressão” sobre o promotor, em tese, pode ser enquadrada até mesmo como crime por parte dos políticos mencionados.

Ricardo Coelho atualmente é titular da Promotoria de Meio Ambiente do Recife e já ocupou cargos importantes no MPPE.

Foi chefe de gabinete do MPPE, na gestão do procurador Paulo Varejão, e chegou a ensaiar uma candidatura à chefia da instituição em 2010.

A postagem do promotor foi em 5 de julho deste ano, estando pública em sua rede social.

Com a palavra a corregedoria do MPPE.