Com o Estaleiro Atlântico Sul (EAS) em crise e com futuro indefinido, o governador Paulo Câmara (PSB) e o vice Raul Henry (PMDB), que acumula também o cargo de secretário de Desenvolvimento Econômico, foram ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) pedir ajuda nesta sexta-feira (7).
De acordo com a gestão estadual, o presidente da instituição, Paulo Rabello de Castro, assegurou que vai encontrar soluções para os empréstimos à empresa.
Só ao BNDES, o estaleiro deve R$ 1,3 bilhão.
O objetivo foi de fazer um acordo com o banco sobre o empréstimo obtido em 2009. “Nossa posição é na defesa de encontrar uma solução técnica que proteja os interesses do BNDES, mas também assegure a continuidade desse novo segmento da economia de Pernambuco, gerador de renda e de empregos de alta qualificação”, argumentou Paulo Câmara pela assessoria de imprensa.
LEIA TAMBÉM » O impasse do Estaleiro Atlântico Sul em Suape » Estaleiro Atlântico Sul cogita fechar em 2019 “Viemos defender os empregos de mais de 6 mil pernambucanos e também o investimento que foi feito para receber o polo naval.
Temos hoje uma mão de obra altamente qualificada, de nível mundial e que tem respondido a todos os desafios que são colocados.” Hoje, o estaleiro emprega 3,8 mil pessoas.
A reunião foi na sede do BNDES, no Rio de Janeiro.
Além do governador e de Raul Henry foram o secretário de Planejamento e Gastão, Márcio Stefanni, e o deputado federal Fernando Monteiro (PP).
Apesar de ter tido lucro operacional pela primeira vez este ano, o estaleiro continuará no vermelho por pagar R$ 350 milhões por ano de empréstimos contraídos com instituições financeiras.
Além disso, só tem mais cinco navios contratados pela Transpetro, subsidiária da Petrobras, que serão entregues até 2019.
Para que tenha novas encomendas, é necessário que a estatal assine um termo aditivo prorrogando o prazo de entrega de oito navios que estão em negociação.
R$ 600 milhões Paulo Câmara tenta ainda a liberação dos R$ 600 milhões que já estão em negociação e agora serão usados em parte para obras na Mata Sul, por causa das enchentes.
O presidente Michel Temer (PMDB) sinalizou, em visita a Pernambuco, que iria ajudar na liberação do dinheiro, mas até agora não há previsão de que o valor chegue aos cofres do Estado. » Paulo Câmara quer R$ 600 mi do BNDES em quatro vezes e espera concluir acordo em julho » Paulo Câmara volta de Brasília mais uma vez sem previsão dos R$ 600 milhões do BNDES “O que estava travando desde o início eram as condições que ele (o BNDES) estava querendo colocar no contrato”, alegou Paulo Câmara no fim do mês passado. “Eles queriam fazer obra por obra e eu não iria fazer porque é a maior burocracia.
Vou fazer quatro módulos, a gente está chegando no consenso de fazer por módulo.
Eles queriam dar uma carência de sete anos de carência e queriam dar uma taxa que era melhor fazer no Bradesco.”