Estadão Conteúdo - O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirmou nessa quarta-feira (5), que “não tem nenhum protagonismo” contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes. “Eu não brigo com ele, ele é que briga comigo.
O ministro Gilmar não briga só comigo, briga com muita gente, e vocês podem constatar que eu não tenho nenhum protagonismo contra ele.
O que eu tenho são respostas quando ele se refere a mim”, respondeu Janot ao jornalista Roberto D’Ávila, em entrevista exibida na noite de ontem pelo canal GloboNews.
LEIA TAMBÉM » Planalto teme cerco de Janot a Padilha e Moreira » Janot diz que saída de Rocha Loures da prisão faz parte do processo » Janot pede mais 60 dias de investigação em inquérito contra José Dirceu e filho Sobre a reação do presidente Michel Temer (PMDB) diante da denúncia apresentada por ele, o procurador-geral afirmou que “é uma técnica que não é desconhecida pelo Ministério Público de as pessoas investigadas ou denunciadas não se referirem aos fatos, mas tentarem desconstituir ou desacreditar a figura do investigador”.
Em relação às críticas à denúncia que apresentou contra o presidente, Janot afirmou que “a narrativa é fortíssima”: “Se isso é fraco, eu não sei o que seria forte”.
O procurador-geral defendeu o acordo feito com o empresário Joesley Batista e negou que ele tenha gravado a conversa com Temer já sob orientação do Ministério Público. “Ele fez essa gravação para nos convencer, no futuro, a aceitar a colaboração dele.
Em sã consciência, nenhum brasileiro iria acreditar em um sujeito que se apresenta para uma colaboração, é investigado em primeiro grau por ilícitos e diz assim: eu conversei com o presidente da República e nós acertamos um interlocutor para depois acertarmos ilícitos.” Janot afirmou que, ao ouvir a gravação pela primeira vez, ficou “chocado” e sentiu “náuseas”. » Temer ignora mais votado e escolhe Raquel Dodge para assumir PGR depois de Janot » Janot defende denúncia sobre Temer e diz que ninguém está acima da lei O procurador reclamou dos vazamentos das investigações, garantiu que não vai se candidatar a nenhum cargo político e fez elogios burocráticos a Raquel Dodge, que vai substituí-lo na função a partir de setembro.