Sob protestos e com a oposição obstruindo a sessão, os deputados aprovaram nesta quarta-feira (5) a Medida Provisória que tenta manter em funcionamento uma autarquia federal de caráter temporário, vinculada ao Ministério do Esporte, para administrar o legado olímpico.

Contrário à decisão do governo Michel Temer (PMDB), o deputado federal Daniel Coelho (PSDB-PE) afirmou que os cargos podem ser usados como ‘moeda de troca’ pelo peemedebista. “Evidentemente terão uso, sim, uso politico para criar maioria onde não há maioria e mudar a posição de deputado neste plenário”, alfinetou.

A autarquia tem 95 cargos.

O impacto mensal com eles é de R$ 1.181.100.

Temer tenta convencer a base aliada a não aceitar a denúncia contra ele por corrupção passiva.

De acordo com o calendário acordado em reunião de líderes mais cedo, na próxima segunda-feira (10), cinco dias após a apresentação da defesa do presidente, o relatório de Sérgio Zveiter (PMDB-RJ) será lido.

Na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), os dois pernambucanos, Betinho Gomes (PSDB) e Tadeu Alencar (PSB) devem ser favoráveis à denúncia.

Quando for para o plenário, Daniel Coelho também.

Temer só poderá ser julgado se 342 deputados votarem ‘sim’.

Devido à ausência de quórum esta noite, a votação da Medida Provisória de Temer chegou a ser adiada mais cedo.

Daniel Coelho defendia a votação nominal e chegou a apelar para que a oposição não a obstruísse e voltasse para o plenário. “Essa Medida Provisória absurda demonstra que a diferença entre esse governo e o governo do PT é nenhuma”, afirmou, apesar do pedido à oposição.

LEIA TAMBÉM » Daniel Coelho assina pedido de impeachment de Temer “Eu realmente me impressiono com a coragem do governo de enviar uma Medida Provisória para criar uma autarquia para cuidar do legado olímpico, quando foi corrupção.

O legado que a gente tem hoje está atrás das grades”, disse o tucano. “Nós não precisamos de autarquia.

O que o Brasil precisa é de investimento em educação, saúde e segurança, não criar autarquia para cuidar de político, apadrinhar A, B ou C”, acrescentou.

Com sede no Rio de Janeiro, a nova autarquia funciona com prazo, até 30 de junho de 2019.

A função é de definir a destinação das instalações que receberam recursos governamentais, e que foram incorporadas ao patrimônio público.

Para isso, poderá, por exemplo, estabelecer parcerias com a iniciativa privada para exploração das instalações.