Uma reportagem do jornal Folha de S.
Paulo trouxe contas preliminares realizadas por aliados do presidente Michel Temer (PMDB) na Câmara dos Deputados.
O resultado mostra que o governo ainda não tem votos necessários para arquivar a denúncia de corrupção na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) feita pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
A votação está prevista para ocorrer na próxima semana.
De acordo com os mapas de votação feitos por líderes governistas, Temer tem assegurados apenas 30 votos a favor entre os 66 integrantes da comissão.
Há 21 indecisos que têm demostrado insatisfação com o Planalto e ameaçam se posicionar contra o peemedebista.
Temer precisa de 34 votos na CCJ para que a comissão recomende o arquivamento da denúncia, que depois precisará ser votada em plenário.
O governo espera obter pelo menos 40 votos para ter a segurança em conseguir um relatório favorável contra a denúncia.
Sobre o placar desfavorável, articuladores acreditam que a prisão do ex-ministro Geddel Vieira Lima, que foi braço-direito de Temer, possa dificultar o trabalho de convencimento dos deputados neste momento.
Saiba como devem votar os pernambucanos A análise começa pela CCJ, responsável por receber as alegações de Temer e elaborar um relatório sobre as acusações.
Depois disso, o caso vai a plenário, onde são necessários os votos de 342 parlamentares, ou seja, dois terços dos membros da Casa.
Pernambuco tem 25 deputados e dois deles integram o colegiado, Tadeu Alencar (PSB-PE), critico das reformas do governo, já anunciou que debe votar a favor do prosseguimento da denúncia.
Já Betinho Gomes (PSDB-PE) sinalizou a posição favorável, mas disse que só vai oficializar depois de ter acesso a todos elementos do processo e aos argumentos do peemedebista, prevista para ser entregue na próxima quarta-feira (5).
Saiba o posicionamento de outros pernambucanos Janot baseia suas acusações no áudio de uma conversa com Temer gravado às escondidas pelo empresário Joesley Batista, da JBS, que fez acordo de delação premiada.
Isso resultou em uma operação em que o ex-assessor do presidente Rodrigo Rocha Loures, também ex-deputado pelo PMDB, foi filmado recebendo uma mala com R$ 500 mil por, supostamente, ter intercedido a favor da empresa.
Janot suspeita que o dinheiro, mais outros R$ 38 milhões prometidos por Batista, foi, de fato, destinado a Temer.
O presidente se diz inocente.