Responsável pela denúncia que derrubou Geddel Vieira Lima da Secretaria de Governo, o ex-ministro da Cultura Marcelo Calero reagiu pelo Facebook à prisão do aliado do presidente Michel Temer (PMDB), nesta segunda-feira (3).
Calero defendeu que “os desonestos respondam pelos seus atos”.
Geddel foi preso preventivamente na Bahia, acusado de obstruir investigações.
LEIA TAMBÉM » Ex-ministro Geddel Vieira Lima é preso O peemedebista ficou no cargo até novembro do ano passado, quando, denunciado por Calero, se envolveu em uma crise política que o obrigou a renunciar para salvar o governo.
Calero disse que foi pressionado por Geddel para conseguir a liberação de um empreendimento imobiliário em Salvador, cujas obras estavam embargadas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
Geddel admitiu que tem um apartamento neste empreendimento.
Segundo Calero, a questão do obra embargada e do pedido de Geddel foi discutida também com o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, e o próprio Temer. » Janot cita Geddel, Moreira Franco e Padilha e pede para usar provas em inquérito contra ministros Desta vez, segundo o Ministério Público Federal (MPF), o político baiano estaria tentando obstruir a investigação de supostas irregularidades na liberação de recursos da Caixa Econômica Federal.
A prisão foi pedida pela PF e pelos integrantes da força-tarefa da Operação Greenfield, a partir de informações fornecidas em depoimentos do doleiro Lúcio Funaro, do empresário Joesley Batista e do diretor jurídico do grupo J&F, Francisco de Assis e Silva, sendo os dois últimos em acordo de colaboração premiada.
Um mês depois de ter saído do primeiro escalão do governo, em janeiro, o peemedebista foi alvo da operação Cui Bono?.
A ação investigou suspeita de fraude na liberação de recursos da Caixa Econômica Federal para empresas entre 2011 e 2013, tendo, entre os alvos, Geddel Vieira Lima, ex-vice-presidente de Pessoa Jurídica do banco.
O esquema envolveria a liberação de recursos da Caixa para as companhias por meio de direcionamento político, com participação do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), em troca de pagamento de propina.