Aliado de Michel Temer (PMDB), o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), vai colocar na pauta desta terça-feira (4) o pedido de urgência para votação da reforma trabalhista.

A intenção do peemedebista é de ter o projeto analisado até o dia 12 de julho, antes do recesso parlamentar, que começa no dia 18.

Se o pedido for aprovado, a medida poderá ser votada após duas sessões ordinárias e na discussão apenas cinco senadores a favor e cinco contrários poderão falar, cada um por dez minutos e apenas uma vez.

Treze emendas foram apresentadas por Paulo Paim (PT-RS) até a última sexta-feira (30).

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Humberto não confia » Veja como cada senador votou na reforma trabalhista na CCJ » CCJ do Senado aprova reforma trabalhista após denúncia de Temer A oposição deve reclamar da votação da urgência da proposta. “O governo não pode querer impor à Casa um ritmo que não está previsto no regimento interno.

O governo utilizou de todas as pressões que poderia utilizar, ameaças.

Inclusive a liderança do governo na Câmara falou abertamente isso, que o governo vai retirar cargos ou dar cargos, liberar recursos orçamentários ou represar, de acordo com o posicionamento da sua base”, disse a presidente do PT, Gleisi Hoffmann (PR), à Rádio Senado.

Embora defenda que o País precise de uma reforma trabalhista que preveja as novas formas de emprego devido às tecnologias e o trabalho em micro e pequenas empresas, a petista reafirmou que as mudanças previstas no projeto de Michel Temer “destroem os direitos do trabalhador”. » “Apoios de Temer vão desidratar antes da votação em plenário”, diz Humberto sobre reforma trabalhista » Líder da oposição reconhece que não tem votos para barrar reforma trabalhista hoje A urgência da reforma trabalhista seria votada na última quinta-feira (29), mas, por falta de quórum, foi retirada pelo líder do governo, Romero Jucá (PMDB-RR), principal articulador da proposta. “Não estamos tirando nenhum direito.

Mente quem diz que há perda de direitos.

Nós vamos debater, e a maioria deverá votar pela aprovação.

Há uma vontade de avançar para que governo, empresários, trabalhadores e Justiça tenham uma legislação realista, que possa permitir a empregabilidade no futuro.” Dos 22 senadores do próprio PMDB, 17 são a favor do projeto e cinco contrários.

Roberto Requião (PR) é um dos críticos. “Sinto que os parlamentares consideram os trabalhadores como objetos.

Eles não têm nenhuma empatia com o trabalho e votam de forma equivocada para a liquidação de todos os direitos trabalhistas num momento de recessão.

O que se pretende é liquidar o direito do trabalhador, aviltar seu salário”, alega.

Na semana passada, horas antes da aprovação da reforma trabalhista pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Renan Calheiros (AL) renunciou à liderança do partido atacando a proposta e o governo Michel Temer. » Comissão do Senado rejeita relatório da reforma trabalhista por 10 votos a 9 » Após derrota, Temer diz que decisão sobre reforma trabalhista é no plenário » Relatório da reforma trabalhista é aprovado em comissão por 14 votos a favor e 11 contra Na CCJ, o projeto foi aprovado por 16 a nove, exatamente como chegou da Câmara, mas com a promessa de que o presidente faria alterações através de uma Medida Provisória.

Entre os pernambucanos, o único contrário é Humberto Costa (PT), líder da oposição na Casa.

Fernando Bezerra Coelho (PSB) e Armando Monteiro Neto (PTB) defendem a reforma e o petebista fez parte do grupo que negociou as mudanças que Temer deve fazer no projeto.

Os senadores defendem, por exemplo, que a MP permita a jornada de trabalho de 12 horas por 36 horas de descanso apenas por convenção coletiva ou acordo coletivo, não em negociação entre patrão e empregado.

Os parlamentares recomendaram a Temer ainda tornar gradual a extinção da contribuição sindical, não imediata, como prevê a reforma trabalhista.

Para Armando, é preciso garantir que “os autores dessa relação tenham o direito de transacionar em seu próprio interesse”, referindo-se aos acordos entre trabalhadores e patrões.

Gleisi Hoffmann reclamou de o Senado manter a proposta como chegou da Câmara, esperando que o presidente faça mudanças através de uma Medida Provisória. “Foi sob a promessa do governo de mandar uma Medida Provisória para consertar o projeto horroroso que eles votaram.

Mas uma Medida Provisória que também seria inconstitucional porque não teria relevância e urgência.” Saiba o que muda com a reforma trabalhista