Quatro dias depois de o presidente Michel Temer (PMDB) ser denunciado por corrupção passiva e dois dias após a aprovação da reforma trabalhista na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, centrais sindicais e movimentos sociais organizaram a segunda greve geral do ano.
Desta vez, porém, os protestos contaram com menos manifestantes e os rodoviários, categoria que tem atividade decisiva na mobilização, não cruzaram os braços por muito tempo.
No ato que saiu da Praça do Derby, na área central do Recife, enquanto a Central Única dos Trabalhadores em Pernambuco (CUT-PE) estimou a participação de 200 mil pessoas no ato realizado no dia 28 de abril, esta tarde a estimativa foi de 30 mil pessoas.
A concentração da caminhada começou por volta das 15h.
Manifestantes levaram cartazes ironizando Michel Temer e os empresários Joesley e Wesley Batista, da JBS, cujas delações premiadas provocaram a crise política.
O protesto seguiu pela Avenida Conde da Boa Vista até a Ponte Duarte Coelho, um percurso de cerca de 2,2 quilômetros.
LEIA TAMBÉM » Grande Recife amanhece sob protestos contra reformas de Temer » Denúncia coloca governo Temer como superado, diz presidente do PT de Pernambuco » Vai ficar claro que Temer é líder de organização criminosa, diz Paulo Rubem » Teresa Leitão diz que retorno de Aécio é “tapa na cara” por “sem-vergonhice” De cima de um trio elétrico, políticos como o líder da oposição no Senado falou em cobrança aos parlamentares pela rejeição da reforma trabalhista, que deve ser levada ao plenário da Casa na próxima semana.
Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem - Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem - Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem Foto: Paulo Veras/JC - Foto: Paulo Veras/JC Foto: Paulo Veras/JC - Foto: Paulo Veras/JC Foto: Paulo Veras/JC - Foto: Paulo Veras/JC O presidente da CUT-PE, Carlos Veras, minimizou a menor adesão ao movimento.
Já a deputada estadual Teresa Leitão (PT) reconheceu que causa “preocupação”. “Preocupa porque a sem-vergonhice é tão grande que o tapa na cara da sociedade que o Supremo deu foi devolver a Aécio Neves o direito de exercer seu mandato.
Por aí a gente tira que os golpistas estão a todo gás em termo não só de naturalizar a corrupção como também de defender a impunidade.
E isso provoca um certo desanimo na sociedade”, disse ao Jornal do Commercio.
O ministro Marco Aurélio Mello derrubou o afastamento do senador tucano, que estava fora das atividades parlamentares desde maio, quando vieram a público as delações da JBS.
O presidente do PT de Pernambuco, Bruno Ribeiro, adotou o mesmo discurso. “As pessoas estão ainda muito impactadas com tudo.
A política está sob ofensiva há muitos anos.
Para criminalizar, criar o ambiente para dar o golpe, se levou a política a uma descrença muito grande”, afirmou. “Mas eu acredito que a greve cumpre seu papel de posicionar os trabalhadores contra essa agenda de supressão de direitos.” #GreveGeral Com sanfona e forró, sindicatos dançam quadrilha na Praça do Derby, no Recife pic.twitter.com/pKnPb7oYBB — Jornal do Commercio (@jc_pe) 30 de junho de 2017 O ex-deputado federal Paulo Rubem Santiago (PSOL) atribuiu a menor participação ao que considera uma desmobilização das centrais sindicais nos governos dos petistas Lula e Dilma Rousseff.
Porém, previu que a tramitação da denúncia contra Michel Temer na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara deve ampliar a mobilização nas próximas semanas. “Vai ficar muito claro que o atual presidente da República é líder de uma organização criminosa.
Há uma tendência não só de sindicalistas, trabalhadores, mas de classes médias e setores de opinião também voltarem às ruas exigindo o afastamento e por eleições diretas.
Se é para se decidir, que se tome com a vontade popular.
Se o povo vota, ele erra, acerta, mas não se pode obstruir a vontade popular.” Greve geral O dia começou com protestos em diversos pontos do Grande Recife.
Participam da greve professores e servidores da rede pública e particular e docentes da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
Além deles, os bancários, metalúrgicos, policiais civis, auditores fiscais e servidores federais da saúde e da Previdência Social.
Foto: CTTU Recife - Foto: CTTU Recife Foto: Rafael Paranhos / NE10 - Foto: Rafael Paranhos / NE10 Foto: Rafael Paranhos / NE10 - Foto: Rafael Paranhos / NE10 Foto: Rafael Paranhos / NE10 - Foto: Rafael Paranhos / NE10 Foto: Rafael Paranhos / NE10 - Foto: Rafael Paranhos / NE10 Motoristas, cobradores e fiscais de ônibus decidiram em assembleia na tarde dessa quinta-feira (29) não aderir à greve geral desta sexta-feira (30) e iniciar o próprio movimento por reajuste salarial da categoria apenas na segunda-feira (3).
Apesar disso, motoristas pararam os ônibus entre na Ponte Duarte Coelho.
Foto: Divulgação / PRF-PE - Foto: Divulgação / PRF-PE Foto: Divulgação / PRF-PE - Foto: Divulgação / PRF-PE Foto: Divulgação / PRF-PE - Foto: Divulgação / PRF-PE Movimentação no TI Pelopidas.
Foto: Sérgio Bernardo/JC Imagem - Movimentação no TI Pelopidas.
Foto: Sérgio Bernardo/JC Imagem Movimentação no TI Pelopidas.
Foto: Sérgio Bernardo/JC Imagem - Movimentação no TI Pelopidas.
Foto: Sérgio Bernardo/JC Imagem Movimentação no TI Pelopidas.
Foto: Sérgio Bernardo/JC Imagem - Movimentação no TI Pelopidas.
Foto: Sérgio Bernardo/JC Imagem Movimentação no TI Pelopidas.
Foto: Sérgio Bernardo/JC Imagem - Movimentação no TI Pelopidas.
Foto: Sérgio Bernardo/JC Imagem Estação BRT fechada.
Foto: Sérgio Bernardo/JC Imagem - Estação BRT fechada.
Foto: Sérgio Bernardo/JC Imagem De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), treze trechos de rodovias federais foram bloqueados em todo o Estado.
Interdições travaram o trânsito em Araripina, Ouricuri, Lagoa Grande, Petrolina, Santa Maria da Boa Vista e Sertânia, no Sertão; São Caetano, no Agreste, e Goiana e Paudalho, na Zona da Mata.
Além de bloqueios no Recife, Abreu e Lima, Jaboatão dos Guararapes e Moreno, na Região Metropolitana.
Manifestações no País No Rio de Janeiro, a concentração começou às 17h, na Igreja da Candelária, e às 18h40 os manifestantes tomaram a Avenida Rio Branco, e se dirigiram pela Avenida Presidente Vargas até a Central do Brasil.
Pouco depois das 20h, quando a manifestação já havia chegado em frente à Central do Brasil, um grupo de manifestantes iniciou uma briga com um homem que seria um policial infiltrado.
Com a confusão, a Polícia Militar agiu e dispersou os manifestantes ao longo da Avenida de Presidente Vargas.
Alguns manifestantes quebraram pontos de ônibus e jogaram bombas e pedras contra os policiais.
Em Brasília, a Esplanada dos Ministérios está fechada para circulação de veículos.
Em São Paulo, os manifestantes fizeram ato na Avenida Paulista, onde foi queimado um “pato da Fiesp”, em referência ao símbolo usado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo para protestar contra o governo Dilma Rousseff.
Fotos: Edu Guimarães/SMABC - Fotos: Edu Guimarães/SMABC Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil - Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil Foto: Jaelcio Santana/Força Sindical - Foto: Jaelcio Santana/Força Sindical Foto: Paulo Pinto/FotosPúblicas - Foto: Paulo Pinto/FotosPúblicas *Com Agência Brasil