Após 142 anos, a Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) teve a última sessão no histórico Palácio Joaquim Nabuco nesta quinta-feira (29).
Com a Casa cheia no último dia antes do recesso parlamentar, os deputados se reuniram para inaugurar o novo prédio, mais moderno e que custou R$ 26 milhões.
Em tempos de crise econômica, está previsto mais custo de R$ 36 milhões para a reforma do edifício antigo, que será transformado em museu.
LEIA TAMBÉM » Alepe, que inaugurou plenário novo, cederá canal à TV Pernambuco A nova unidade, que será usada só em agosto, homenageia políticos atuais: o edifício se chama Miguel Arraes e o plenário leva o nome do neto dele, Eduardo Campos.
Mas a troca do abolicionista pelos gestores não parou nos dois ex-governadores e líderes do PSB, partido que hoje está à frente do Estado e da Prefeitura do Recife - com Paulo Câmara e Geraldo Julio, ambos afilhados políticos de Eduardo.
O auditório é Sérgio Guerra, ex-presidente do PSDB que, da mesma forma que Campos, foi citado por delatores da Lava Jato.
Renata Campos, viúva de Eduardo Campos, com o prefeito Geraldo Julio e o presidente da Alepe, Guilherme Uchoa (Foto: Rinaldo Marques/Alepe) Como publicou mais cedo o Jornal do Commercio, o novo plenário é mais transparente: tem painel eletrônico similar ao do Senado Federal, voto por biometria e registro eletrônico de frequência parlamentar.
As galerias têm agora 294 lugares, mais que o dobro do espaço do Palácio Joaquim Nabuco.
Há também elevadores, rampas e inscrições em braile, além de banheiros masculinos e femininos e um adaptado para pessoas com deficiência.
O auditório tem capacidade para 142 pessoas e há três plenarinhos para as reuniões de comissões.
A construção começou em 2012, mas chegou a parar.
Polêmica sobre a homenagem a Eduardo Campos Desde que foi proposta pelo presidente da Assembleia, Guilherme Uchoa (PDT), a denominação ‘Governador Eduardo Campos’ para o novo plenário provocou polêmica e reação nas redes sociais.
Mas a honraria foi aprovada nessa quarta-feira (28), com apenas dois votos da oposição, o de Teresa Leitão (PT) e o de Edilson Silva (PSOL).
O deputado chegou a propor que o nome fosse ‘Mulheres do Tejucupapo’, em referência à batalha vencida pelas heroínas contra os holandeses no século XVII, que venceu uma enquete feita pelo parlamentar nas redes sociais.
Renata Campos, viúva de Eduardo Campos, com o prefeito Geraldo Julio e o presidente da Alepe, Guilherme Uchoa (Foto: Rinaldo Marques/Alepe) - Renata Campos, viúva de Eduardo Campos, com o prefeito Geraldo Julio e o presidente da Alepe, Guilherme Uchoa (Foto: Rinaldo Marques/Alepe) Foto: Rinaldo Marques/Alepe - Foto: Rinaldo Marques/Alepe Foto: Rinaldo Marques/Alepe - Foto: Rinaldo Marques/Alepe alepe inauguracao 3 - Foto: Rinaldo Marques/Alepe - Foto: Rinaldo Marques/Alepe Foto: Rinaldo Marques/Alepe - Foto: Rinaldo Marques/Alepe Foto: Rinaldo Marques/Alepe - Foto: Rinaldo Marques/Alepe Foto: Rinaldo Marques/Alepe - Foto: Rinaldo Marques/Alepe Foto: Rinaldo Marques/Alepe - Foto: Rinaldo Marques/Alepe Foto: Rinaldo Marques/Alepe - Foto: Rinaldo Marques/Alepe Edilson considerou prematura a homenagem a Eduardo Campos, “Quero que tenhamos o Plenário daqui a 100, 200 anos, homenageando uma biografia como a de Joaquim Nabuco, que continuará sendo reverenciado.
Não é positivo que se ‘pegue’ uma biografia tão jovem.
Podemos estar preparando constrangimentos futuros”, avaliou na sessão de quarta-feira.
O ex-governador morreu em acidente aéreo no dia 13 de agosto de 2014, em meio à campanha presidencial.
Dois anos depois, a compra do avião foi investigada na Operação Turbulência e o nome do socialista foi citado em delações da Operação Lava Jato. » Justificativa de projeto de lei que faz homenagem a Eduardo Campos é cópia de texto da Wikipédia » Edilson questiona o porquê de tanta homenagem a Eduardo Campos em Pernambuco » Grupo ligado ao PSL junta 6 mil assinaturas contra nome de Eduardo Campos em novo plenário da Alepe A divergência sobre o apoio à homenagem mostrou uma divisão na oposição.
O Enquanto Teresa Leitão e Edilson Silva discordaram da denominação do plenário, líder da bancada, Sílvio Costa Filho (PRB), apoiou a escolha. “Se tiver que encerrar minha vida pública porque votei favoravelmente, encerro, pois acho justa a homenagem que a Assembleia Legislativa presta.
Ele foi um grande governador de Pernambuco”, afirmou.
O parlamentar foi secretário de Turismo de Eduardo Campos.
Guilherme Uchoa defendeu a homenagem ao aliado. “Aqui, eu fiz oposição radical à gestão de Arraes.
Mas reconheço o trabalho que Eduardo Campos fez no Governo de Pernambuco”, afirmou. “Tenho um orgulho muito grande de ter acompanhado essa gestão e de ter sido amigo pessoal do ex-governador.” Veja o vídeo do Jornal do Commercio que mostra o novo plenário em 360º Palácio Joaquim Nabuco vira museu, custando R$ 36 milhões O atual prédio da Assembleia será reformado por R$ 36 milhões, em duas parcelas de R$ 18 milhões. “A gente tem vontade de ainda este ano começar o restauro”, disse o primeiro-secretário, Diogo Moraes (PSB) ao Jornal do Commercio.
Para o socialista, a crise política nacional não atrapalha o processo.
Segundo o JC, o projeto foi feito pela Concrepoxi, mesma empresa que atuou no restauro do Palácio do Campo das Princesas.
Nessa quarta-feira (28), a Secretaria de Cultura de Pernambuco e a Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe) acataram o pedido de tombamento do prédio, feito por Guilherme Uchoa, e deram início ao processo.
O edifício teve a pedra fundamental assentada em 2 de dezembro de 1870, sendo concluído em 1875. » Um mês após inauguração, novo prédio da Alepe começa a ganhar parede » Às vésperas da eleição da Alepe, Guilherme Uchoa inaugura prédio inacabado » Inaugurado há 20 dias, novo prédio da Alepe continua sem parede A reforma será feita através da Lei Rouanet, com o Santander como parceiro.
De acordo com o jornal, as cores originais do Palácio serão restauradas.
Duas cúpulas de vidro serão construídas na parte de trás para abrigar estruturas que não existiam no prédio original, como elevador e ar condicionados.
A mais longo prazo, a ideia ter um café na área onde hoje é estacionamento e recuperar as pedras portuguesas do calçamento do plenário.
O projeto foi inspirado no estilo neoclássico, que também norteou vários edifícios públicos daquele período, como o Palácio de Buckingham, na Inglaterra, e o Capitólio, nos Estados Unidos.
O palácio tem elementos como a simetria da planta baixa, em forma de cruz latina, a cúpula, estruturada por arcos e as colunas lisas.
Porém, também tem elementos decorativos em argamassa de estuque de cal e areia, que fazem referência à flora local.
Em 2010, o prédio foi oficialmente reconhecido como Instituição Museológica pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) e em 1985 foi tombado pela Fundarpe como parte do polígono da Rua da Aurora, protegendo a fachada e a cobertura.
Discursos homenagearam Palácio Joaquim Nabuco Fonte: Alepe